Falta de condições para migrantes coloca Bósnia sob pressão

A União Europeia considera “totalmente inaceitável” a situação de centenas de migrantes no nordeste da Bósnia-Herzegovina, numa região onde os termómetros têm descido abaixo de zero.
Os migrantes viram-se abandonados após o centro de abrigo onde estavam, em Lipa, junto à fronteira com a Croácia, ter ardido em dezembro.
A União Europeia, a Organização Internacional para as Migrações (IOM) e outras entidades exigiram às autoridades bósnias a implementação de novos centros de abrigo para os migrantes, mas, perante oposição de entidades locais, as autoridades limitaram-se a levantar algumas tendas e a permitir a ocupação de edifícios abandonados, onde o aquecimento se faz através de lareiras improvisadas.
Um dos migrantes, Muhammad Khan, oriundo do Afeganistão, conta-nos que "a situação é muito má" onde se encontra. "Está muito frio. Não temos água. Aqui está tudo muito sujo. Temos problemas para cozinhar. Temos problemas para tudo", diz.
"A vida e os direitos fundamentais" destas pessoas "estão gravemente em perigo", denunciou o representante especial dos "27" na Bósnia, Johann Sattler, após uma reunião com o ministro bósnio da Segurança, Selmo Cikotic, na presença dos embaixadores locais de Alemanha, Áustria e Itália.
O porta-voz da Comissão de Política Externa da União Europeia, Peter Stano, ameaçou entretanto a Bósnia e Herzegovina com consequências também no processo de adesão ao bloco europeu se não forem cumpridas as exigências europeias em relação ao acolhimento dos migrantes.