Bispos franceses querem Igreja responsabilizada pelos abusos sexuais

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A Conferência do Bispos de França quer que a Igreja se resposabilize pelos casos de pedofilia e propõe contribuição financeira para as vítimas

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A conferência dos bispos de França exprimiu, esta sexta-feira, a vontade de que a Igreja assuma a sua responsabilidade pelos crimes de pedofilia e decidiu a atribuição de contribuições financeiras às vítimas.

A decisão surge no dia em que foi votada a dissolução da associação de vítimas de agressões sexuais "Paroles Libérés", que trouxe à luz os casos do padre Preynat e do cardeal Barbarin.

François Devaux, responsável da "Paroles Libérés" afirma, no entanto: "As decisões que são tomadas hoje pelos bispos podem muito bem ser caducas daqui a seis meses, tendo em conta o resultado do trabalho do peritos e do apuramento da verdade por esta comissão".

Consituída em 2015, a associação "Paroles Libérés" surgi publicamente em 2016 pronta a quebrar o silêncio sobre as agressões sexuais no seio da Igreja, com as revelações do caso do padre Preynat e o encobrimento por parte do cardeal de Lyon, Philippe Barbarin.

O processo, amplamente mediatizado, mergulhou a Igreja Católica de França num escândalo em precedentes.

"A missão da associação foi a tomada de consciência, o detonador. Não temos autoridade. Não podemos reivindicar uma especialização. É tempo de nós desaparecermos, chegámos ao limite do que podíamos fazer e não somos responsáveis do que decidirá esta instituição para se reformar", refere François Devaux sobre o fim da associação.

A reforma ainda está no segredo dos bispos que, para já, propõem a criação de um grupo de apoio que possa ouvir queixas e avançar mesmo para um tribunal penal canónico.

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