Antigo director do extinto GRECIMA foi sentenciado por crimes praticados em 2016 e 2017, interpôs recurso e vai aguardar em liberdade a decisão do Supremo Tribunal
Manuel Rabelais, antigo ministro da Comunicação Social de Angola, foi condenado 14 anos e meio de prisão pelos crimes de peculato e branqueamento de capitais.
Um cúmulo jurídico por atos praticados em 2016 e 2017, na qualidade de director do GRECIMA, o Gabinete de Revitalização da Comunicação Institucional e Marketing da Administração, entretanto extinto.
O coarguido Hilário Gaspar Santos, apontado como assistente administrativo da entidade, acumulou uma pena de 10 anos e meio de prisão.
Para a acusação, os condenados defraudaram o Estado angolano em quase 23 mil milhões de kwanzas (cerca de 30 milhões de euros).
O juiz Daniel Modesto considerou que os arguidos, durante as audiências do julgamento, "não mostraram qualquer arrependimento", o que foi rebatido pela defesa.
"Os arguidos não podiam mostrar arrependimento. Todo o trabalho que fizeram, todos os atos praticados, fizeram-no com a convicção de que estavam a defender os interesses do Estado e a missão que lhes foi incumbida. Não podiam chegar aqui e mostrar arrependimento. Arrependimento é para quem está convencido que praticou algo ilícito, não é o casos deles", disse Amaral Gourgel, advogado de Manuel Rabelais.
A defesa interpôs recurso com efeito suspensivo.
Manuel Rabelais e Hilário Gaspar Santos vão aguardar em liberdade pela apreciação do recurso pelo Tribunal Supremo.