No primeiro grande compromisso oficial desde o funeral do marido, Isabel II assistiu esta terça-feira à habitual cerimónia de abertura do ano parlamentar
A cerimónia de abertura do Parlamento do Reino Unido serve para o executivo de Londres anunciar as prioridades legislativas para o ano parlamentar. A Rainha dá voz ao texto do primeiro-ministro e reafirma o estatuto da monarquia britânica.
Normalmente, a Câmara dos Comuns está cheia para a Abertura do Estado. Todos os anos são convidados os 650 deputados e os 790 lordes mas, desta vez, e por causa das regras de distanciamento, apenas 74 pessoas assistiram ao discurso da rainha.
Acompanhada pelo filho, o Príncipe Carlos, e pela Duquesa da Cornualha, Isabel II expôs os planos do governo de Boris Johnson para uma recuperação nacional pós pandemia, que incluem um financiamento adicional para apoiar o Serviço Nacional de Saúde e para atenuar o impacto da crise nos serviços públicos. Sustentado no sucesso do programa de vacinação, o executivo de Londres quer liderar o mundo nas ciências da vida e ser pioneiro em novos tratamentos contra doenças como o cancro, assegurando empregos e investimento em todo o país. A rainha sublinhou que os ministros britânicos irão supervisionar “o maior aumento de sempre do financiamento público para a investigação e desenvolvimento” e irão aprovar legislação para estabelecer e desenvolver uma agência de investigação".
Desde o seu último discurso no Parlamento, muito mudou na vida da rainha e nas vidas dos britânicos. Para além da pandemia, o Reino Unido ultrapassou o difícil processo de divórcio da União Europeia. O discurso de Isabel II foi sobre “apanhar os estilhaços” e seguir em frente. A rainha fez referência à renovação da democracia e à força dos laços entre os parceiros do Reino Unido que, neste momento, parecem mais fracos do que em qualquer outra altura do seu reinado.