Quatro meses após da deposição Aung San Suu Kyi compareceu, pela primeira vez, num tribunal de Myanmar e foi autorizada a falar com um dos seus advogados.
Aung San Suu Kyi compareceu pela, primeira vez, em tribunal. A líder de Myanmar, deposta por uma junta militar a um de fevereiro, encontrou-se também com os seus advogados durante meia hora, o que até aqui não tinha acontecido, e antes da audiência.
Sobre San Suu Kyi recaem diversas acusações, entre elas a de sedição e fraude em relação às eleições de novembro último que o seu partido Liga Nacional para a Democracia venceu, alegando irregularidades nas listas eleitorais.
O advogado da Nobel da Paz explicava que os trinta minutos foram divididos em períodos de cinco para analisar cada uma das seis acusações de que é alvo, o que não foi suficiente.
A acusação mais grave que enfrenta, e que será analisada por outro tribunal, é a de violação da Lei dos Segredos Oficiais que lhe pode valer uma pena até 14 anos de prisão. Se for condenada por qualquer um dos crimes, poderá ser proibida de concorrer às eleições que a junta se comprometeu a realizar em um ou dois anos, desde a sua tomada de posse.
San Suu Kyi está em prisão domiciliária e, aparentemente, sem acesso a qualquer informação sobre o que se passa no seu país.
Ao saber-se que apareceria em tribunal aconteceu na maior cidade do país, Rangum, uma manifestação relâmpago para apoiá-la.
Foram vários os protestos realizados ao longo dos últimos meses. Manifestações que terminraram, muitas vezes, com cargas policiais.
Os dados mais recentes da Associação independente de Assistência aos Prisioneiros Políticos, dão conta de 818 mortos desde o golpe militar.