Passagem do HMS Defender pela costa da Crimeia na origem do mais recente arrufo entre Rússia e Reino Unido
"Uma provocação flagrante." Foi desta forma que a diplomacia russa se referiu à passagem de um navio de guerra do Reino Unido no Mar Negro, junto à costa da Crimeia, território ucraniano anexado ilegalmente pela Rússia em 2014. Os russos garantem mesmo que tiveram de disparar tiros de alerta e a largar bombas de fragmentação junto ao HMS Defender para o obrigar a abandonar o que diziam ser águas territoriais russas.
Uma versão dos acontecimentos negada pelos britânicos, que defendem que não foi efetuado nenhum disparo na sua direção e que se limitaram a usar um corredor marítimo reconhecido internacionalmente através de águas ucranianas.
A fronteira entre Rússia e Ucrânia tem estado na origem da crescente tensão entre Moscovo e a NATO, Vladimir Putin apela ao diálogo:
"Naturalmente estamos preocupados com o atual reforço das capacidades militares e das infraestruturas da NATO junto à fronteira russa, assim como das recusas da Aliança em considerar as nossas propostas para reduzir a tensão e o risco de incidentes imprevistos. Esperamos que acabem por prevalecer o senso comum e o desejo de desenvolver uma relação construtiva connosco."
A troca de acusações entre britânicos e russos no Mar Negro surge na semana em que o Reino Unido assinou um acordo com a Ucrânia para reforçar a parceria entre os dois países em termos de defesa. Londres, à semelhança da esmagadora maioria da comunidade internacional, reconhece a Crimeia como território ucraniano.