Crise humanitária na RCA no Conselho de Segurança

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De  João Peseiro MonteiroNeusa e Silva
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O agravamento da situação humanitária na República Centro Africana esteve em debate no Conselho de Segurança da ONU. O presidente em exercício da Conferência Internacional dos Países dos Grandes Lagos, o chefe de Estado angolano, defendeu o fim do embargo de armas para o governo legítimo.

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A situação humanitária na República Centro Africana é desesperada.

Mais de metade dos quase cinco milhões de habitantes precisa de ajuda. O país esteve na agenda desta quarta-feira do Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde falou o presidente de Angola, João Lourenço.

A Euronews conversou com chefe do Gabinete de Coordenação das Ações Humanitárias da ONU (OCHA) na República Centro Africana, Vedaste Kalima:

"Mais de metade da população está em situação de carência alimentar, com 1,8 milhões com necessidades humanitárias agudas, e a situação deteriorou-se completamente desde finais de Dezembro, na sequência da violência pós-eleitoral e dos confrontos subsequentes entre o exército regular e os vários grupos armados, o que criou novos movimentos de deslocação interna.

Quer se trate das Forças Armada, quer se trate dos "capacetes azuis", pedimos que os meios existentes sejam reforçados para garantir a segurança, e não apenas a segurança da população, pois a população precisa desta segurança, especialmente as populações enfraquecidas por esta violência, precisam também de ser assistidos aqueles que prestam assistência, os humanitários."

Angola preside a Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos e acolheu em 2021 duas cimeiras de chefes de Estado e de Governo para debater a situação e procurar uma solução regional.

O presidente João Lourenço deslocou-se à sede das Nações Unidas para partilhar com o Conselho de Segurança, esta quarta-feira, a visão dos países africanos.

Na véspera reuniu-se com o secretário-geral, António Guterres, a quem explicou porque é que os países da região pedem o levantamento do embargo de armas ao governo de Bangui, em vigor até ao final do mês de julho.

O especialista em gestão de conflitos em África, Konté Moenu, sintetiza a posição dos dirigentes dos países dos Grandes Lagos:

"O governo legitimamente eleito, que já tomou posse, tem o dever de defender as populações civis, tem o dever de proteger as populações, então esse governo precisa de meios, precisa de armas, para defender os civis e fazer frente a esses grupos armados, enquanto ocorrem as negociações para encontrar uma solução negociada."

O presidente angolano defendeu o fim do embargo de armas e sublinhou que agora é o momento adequado para a República Centro Africana formar as suas tropas, uma vez que conta com a presença dos "capacetes azuis" e de outras forças estrangeiras. O atual mandato dos soldados da ONU termina em novembro.

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