França: 11 jovens condenados por insultos e ameaças nas redes sociais

Entre quatro e seis meses de prisão, com pena suspensa, foi a condenação do tribunal correcional de Paris para 11 dos 13 jovens que assediaram insultaram ou ameaçaram a jovem Mila, nas redes sociais.
O tribunal ilibou um dos jovens e outro beneficiou de um vício processual. Alguns dos jovens foram também condenados a pagarem mil euros de indemnização à vítima e 1500 euros para honorários dos advogados.
À saída da audiência, Mila mostrou-se aliviada: "O que quero é que todos juntos, nunca baixemos os braços, que nunca paremos de lutar. O que eu quero é que as pessoas que são consideradas como pestilentas, a quem interditar as redes sociais, sejam aquelas que assediam, que privam as pessoas de liberdade, que ameaçam de morte, que incitam ao suicídio. Não quero nunca mais que as vítimas se sintam culpadas".
Foi a ex-secretária de Estado para a Igualdade de Género, Marlène Schiappa, quem denunciou o caso ao ministério público e a jovem recebeu apoio das autoridades nacionais, incluindo o próprio presidente, Emmanuel Macron.
O caso Mila começou em janeiro de 2020, quando a jovem, de 16 anos, criticou violentamente o Islão, no Instagram, depois de começar a ser insultada, por ter recusado os avanços de um internauta. Recebeu centenas de insultos e ameaças, particularmente graves por parte dos jovens agora condenados.
A jovem foi obrigada a deixar a escola e passou a viver sob proteção policial.
Perante os jovens arguidos, o juiz considerou: " A rede social é a rua. Quando encontramos alguém na rua não insultamos, nem ameaçamos, nem gozamos com as pessoas. O que não fazemos na rua, não fazemos nas redes sociais".