A destituição do primeiro-ministro e a suspensão do parlamento por 30 dias estão a agravar a crise económica que a Tunísia atravessa
A instabilidade política na Tunísia está a agravar a crise económica que o país atravessa.
Nos mercados da capital, Túnis, predominam as bancas vazias e entre a população aumenta o descontentamento com a classe política.
Mahran Mezlini é um vendedor de legumes num mercado do bairro de Bab al-Fella, na capital. Eis o seu comentário.
"Este mercado é para os pobres, hoje não é possível comprar um quilo de fruta. O quilo de pêssegos custa 2,5 dinares, o quilo de figos custa quatro dinares. Já ninguém consegue comprar. As pessoas olham para a fruta mas não compram. O mesmo acontece com a carne. As pessoas olham mas não compram", afirma este vendedor de rua.
Depois da destituição do primeiro-ministro da Tunísia e da suspensão do parlamento por um período de 30 dias, aumentam os receios de que o país possa estar a regressar a uma ditadura.
Receios que o presidente Kais Saied se apressou a afastar durante encontros realizados esta semana com representantes de Argélia e Marrocos.
A Tunísia é considerada como a única história de sucesso da primavera árabe em 2011.
No entanto, a economia permanece o ponto fraco. Mesmo antes da pandemia, a taxa de desemprego atingia os 18% no país, com particular incidência entre os jovens.