Arquivo da Cinemateca Brasileira atingido pelo fogo

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Ministério Público de São Paulo tinha alertado o Governo Federal para o perigo deste incêndio há mais de uma semana

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Os avisos há mais de uma semana do Ministério Público de São Paulo ao Governo Federal tornaram-se realidade. A Cinemateca Brasileira pegou fogo ao início da noite de quinta-feira.

De acordo com os bombeiros, o incêndio começou numa das salas do acervo histórico de filmes, no primeiro andar do edifício daquele que é descrito como o maior arquivo de cinema da América do Sul.

"O acervo, de certa forma, é responsável por contar a nossa historia audiovisual e ele está há mais de um ano sem os cuidados de funcionários responsáveis, que possam cuidar de forma técnica desse acervo. Essa situação é da responsabilidade do Governo Federal", explica Eduardo Merettin.

O professor de História Audiovisual na Universidade de São Paulo foi uma das pessoas que se deslocou para junto do edifício em chamas e, aos jornalistas no local, disse ainda que o ocorrido estará relacionado a "uma política de absoluto descaso com tudo aquilo que diz respeito à memória" do Brasil.

O fogo terá deflagrado durante trabalhos por uma empresa subcontratada de manutenção no ar condicionado de uma das salas do edifício, que é alugado.

Cerca de 70 operacionais do Corpo de Bombeiros foram mobilizados para o incêndio. As chamas terão atingido uma altura estimada de seis metros.

Pelo menos 25% do prédio e o teto foram atingidos pelas chamas e pela água antes de o incêndio ter sido dado como controlado. Não há vítimas.

Em comunicado, citado pelo portal G1, a Secretaria Especial da Cultura disse que todo o sistema de climatização tinha sido verificado há um mês e pediu agora à polícia federal para investigar o sucedido.

O prédio onde ocorreu o incêndio não é a sede principal da Cinemateca Brasileira, mas o depósito do arquivo, onde se encontra uma parte importante do acervo, incluindo filmes de 35mm e 16mm, compostos por "material altamente inflamável", mas que "seriam cópias para exibição e não os rolos originais", especifica o jornal "Folha".

No depósito ardido estavam ainda cerca de quatro toneladas de arquivos sobre políticas públicas para o audiovisual.

É a quinta vez que a Cinemateca Brasileira sofre um incêndio. Situações similares já tinham ocorrido em 1957, 1969, 1982 e 2016. No ano passado, este mesmo edifício agora ardido foi atingido por uma inundação, que danificou 113 mil cópias de DVD.

Editor de vídeo • Teresa Bizarro

Outras fontes • Portal G1, Folha

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