Os 27 acederam aos apelos de Ursula von der Leyen e suspenderam as ligações aéreas com o sul de África, decretando ainda quarententa obrigatória para os cidadãos provenientes da região
A nova variante do SARS-CoV-2, descoberta na África do Sul, já entrou nas fronteiras europeias, com o primeiro caso a ser detetado na Bélgica. Trata-se de uma mulher não vacinada que tinha acabado de regressar do Egito. O desconhecimento desta nova estirpe, associado ao crescimento de uma nova vaga de covid-19 na Europa, fez soar os alarmes em Bruxelas.
Ursula von der Leyen aconselhou os países europeus a "puxarem o travão de emergência" e a suspenderem os voos para a África Austral. Os 27 ouviram e suspenderam as ligações aéreas esta sexta-feira, declarando também quarentena obrigatória para todos os cidadãos provenientes dessa região.
Ainda antes das recomendações europeias, já o Reino Unido tinha suspendido as ligações aéreas. O ministro dos Transportes, Grant Sharps, explica os motivos:
"É uma medida de precaução, semelhante ao que fizemos com a variante identificada na Dinamarca e que nos permitiu resolver o problema relativamente depressa. É preferível agir já em vez de esperar para ver o que acontece e depois ser demasiado tarde."
A medida contraria as recomendações da Organização Mundial da Saúde, que pediu tempo para estudar a nova estirpe. Maria van Kerkhove, diretora -técnica da OMS para a Covid-19, explica que "ainda não sabemos muito, sabemos que esta variante tem um elevado número de mutações. A maior preocupação é que todas estas mutações tenham um impacto no comportamento do vírus. De momento, os investigadores estão a tentar perceber exatamente onde se encontram essas mutações e o que isso significa para os nossos diagnósticos, tratamentos e vacinas."
Praticamente dois anos depois dos primeiros casos conhecidos de infeções por SARS-CoV-2, o vírus que parou o mundo continua a surpreender e a mostrar que apesar de todos os esforços para o combater, ainda estamos longe de poder baixar a guarda.