Tesouro de 300 mil euros dum acidente aéreo de 1966 finalmente partilhado

Um tesouro de pedras preciosas avaliado em cerca de 300 mil euros foi agora dividido entre o descobridor e o governo local da região da descoberta, em França.
Trata-se de uma caixa de pedras preciosas, contendo esmeraldas, safiras e rubis. Estima-se que fizesse parte da bagagem transportada no voo Air India 101, que ligava Mumbai, na Índia, a Londres, no Reino Unido, mas que se despenhou quando sobrevoava os Alpes.
O avião já tinha feito duas escalas, em Nova Déli e em Beirute, e estaria a caminho de uma terceira escala, em Genebra, na Suíça.
O motivo da queda do avião, um Boeing 707, não é conhecido. A principal suspeita é que se tenha despenhado ao iniciar o procedimento de descida após passar o Monte Branco, o pico mais alto (4.808 metros) da Europa Ocidental.
A queda deu-se na zona do Rochedo da Tournette, a uma altitude superior aos 4.700 metros. Todos os 106 passageiros e os 11 tripulantes perderam a vida. Entre eles, estava o comissário indiano da Energia atómica à altura, Homi Jehangir Bhabha.
De lá para cá, ao longo dos anos e ainda mais com o degelo provocado pelo aquecimento global em curso, destroços e restos humanos desta tragédia têm vindo a ser descobertos.
No ano passado, surgiu uma mala diplomática que se julga pertencer a alguém que seguia naquele voo, contendo jornais da altura, com a notícia da histórica eleição de Indira Gandhi, e documentos oficiais que se destinavam à embaixada da Índia em Washington, nos Estados Unidos.
A grande descoberta, no entanto, aconteceu em setembro de 2013, quando um alpinista encontrou uma caixa contendo esmeraldas, safiras e rubis. As pedras preciosas estavam acondicionadas em pequenos sacos plásticos e de início pensou-se que poderiam ser pensos médicos.
Entregue às autoridades, o conteúdo da caixa foi avaliado em 300 mil euros e, de acordo com a lei francesa, guardado num cofre-forte durante oito anos.
As pedras preciosas voltaram agora a ver a luz. Entregue na sexta-feira ao Museu dos Cristais, em Chamonix, França, a caixa foi aberta na presença de uma advogada do alpinista e, com a ajuda de um especialista, o tesouro foi dividido em partes iguais, como manda a lei.
Metade pertence ao descobridor e o resto ao governo local. O alpinista revelou o plano de colocar os respetivos 150 mil euros numa conta e não perder a cabeça com a pequena fortuna recebida.
A outra metade do tesouro vai ficar exposta no Museu dos Cristais de Chamonix, que reabre ao público a 19 de dezembro.