Armas e apoio: Modi recebe Putin em Nova Deli na véspera do líder russo falar com Joe Biden

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De  Francisco Marques
Armas  e apoio: Modi recebe Putin em Nova Deli na véspera do líder russo falar com Joe Biden
Direitos de autor  Mikhail Klimentyev/Sputnik

Vladimir Putin deixou o conforto de Moscovo e, numa rara deslocação fora da Rússia, foi recebido esta segunda-feira na Índia por Narendra Modi para uma visita de Estado e de reforço dos laços e dos negócios entre estas duas potências militares.

O presidente russo e o primeiro-ministro indiano estiveram reunidos cerca de três horas e meia em Nova Deli. Aproveitaram para estreitar os laços bilaterais e reforçar as posições comuns no seio do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), no dos mercados emergentes (BRICS) e também na Organização para Cooperação de Xangai.

Em cima da mesa, Putin e Modi tiveram ainda negócios na ordem dos 30 mil milhões de dólares (26,5 mil milhões de euros), incluindo uma venda à Índia de 600 mil armas de assalto russas.

No lançamento da reunião perante os jornalistas, Vladimir Putin não poupou nos elogios ao anfitrião: "Consideramos a Índia uma grande potência, com um povo simpático e uma maravilhosa relação connosco, que continua a evoluir de forma positiva."

Modi, por seu lado, disse que a pandemia não travou as relações bilaterais com a Rússia e enalteceu os esforços de ambos os países no combate ao SARS-CoV-2, nomeadamente pelo desenvolvimento e produção das próprias vacinas, as quais no entanto não foram ainda aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA).

Esta foi o primeiro frente a frente entre Putin e Modi desde 2019, ano em que o primeiro-ministro indiano visitou em setembro Vladisvostok e depois se reuniu com o líder da Federação russa em Brasília, à margem de uma cimeira dos BRICS.

Esta visita de Putin à Índia acontece em vésperas de uma muito aguardada reunião por videoconferência com o Presidente dos Estados Unidos, marcada para esta terça-feira.

Para preparar essa conversa com Putin, Joe Biden consultou esta segunda-feira alguns parceiros europeus da NATO sobre a pressão junto à fronteira com a Ucrânia, com a alegada mobilização de 70 mil soldados russos para a zona e a perspetiva de uma possível invasão militar russa.

A situação na fronteira ucraniana deve ser o ponto forte da conversa entre Putin e Biden, mas também é expectável que os líderes das duas maiores potências nucleares conversem sobre cibersegurança, o programa nuclear do Irão e outros temas de interesse comum.

Outras fontes • AP e TASS