"Guerra Fria 2.1": NATO e Rússia trocam ameaças por causa da Ucrânia

A NATO enviou esta terça-feira um aviso à Rússia: em caso de um ataque à Ucrânia, a aliança do Atlântico Norte tem capacidade para retaliar, impondo danos económicos e políticos ao agressor.
O aviso saiu da antecâmara de uma reunião, em Riga, onde os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO debatem o papel do Kremlin no leste da Ucrânia e a crise migratória oriunda da Bielorrússia, uma protegida de Moscovo.
O Secretário-geral da NATO recordou a Moscovo que a aliança já demonstrou "a capacidade de impor sanções económicas e políticas", medidas que estarão esta quarta-feira na agenda dos representantes diplomáticos dos membros da aliança do Atlântico Norte.
Do outro lado, o Presidente da Rússia manteve-se firme e colocou no tabuleiro desta "guerra fria 2.1" uma resposta proporcional a uma eventual ajuda militar da NATO à Ucrânia contra as forças russas.
"Se algum tipo de sistema de ataque surgir no território da Ucrânia, o tempo de voo para Moscovo será entre sete e 10 minutos. Cinco minutos no caso de uma arma hipersónica ser disparada. Teremos de implementar algo similar contra aqueles que nos ameaçam dessa forma e nós podemos fazer isso agora", garantiu Vladimir Putin.
A mobilização de mais de 100 mil soldados russos para zonas próximas da fronteira com a Ucrânia fez soar os alarmes a ocidente e trouxe à memória a anexação da Crimeia em 2014.
Ao mesmo tempo que tenta conter uma eventual ofensiva, a NATO esforça-se para não se tornar também no rastilho para um novo conflito armado naquela região do leste europeu, mantendo no entanto uma tensão latente, fazendo lembrar o período de "guerra fria" entre os Estados Unidos e a extinta União soviética pós-Segunda Grande Guerra.