Revolta sangrenta no Cazaquistão: Dezenas de mortos incluindo 12 agentes da lei

A primeira mobilização para a ação das forças de paz da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO) não parece ser suficiente para reprimir a revolta popular iniciada no domingo no Cazaquistão contra o regime político no poder há 30 anos.
Os tiros continuam a ouvir-se em Almaty, a maior cidade do país e principal centro económico desta antiga republica soviética, onde diversos edifícios estatais, inclusive esquadras da polícia, foram atacados, inclusive alguns saqueados e incendiados.
Os relatos de um correspondente da France Press revelam que as força de segurança estão a avisar os manifestantes para abandonarem a Praça da República e estão a disparar contra quem ali se mantém, alguns dos manifestantes também estarão armados.
Os danos já contabilizados pela Câmara Nacional de Empresários, no Cazaquuistão, já somam mais de 90 milhões de dólares (quase 80 milhões €) de prejuízos.
Os confrontos entre manifestantes e forças de segurança provocaram dezenas de mortos.
Citando um comandante de Almaty, a televisão local Khabar-24 noticiou a morte de pelo menos 12 agentes da lei, pelo menos um deles decapitado, e ainda mais de 350 feridos.
O Ministério do Interior do Cazaquistão adiantou que mais de duas mil pessoas foram detidas na sequência dos protestos e dos confrontos. O da Saúde referiu que mais de mil ficaram feridas, incluindo 400 que necessitaram de ser hospitalizadas.
Ao abrigo do acordo de segurança da aliança CSTO, similar à NATO entre seis antigas repúblicas soviéticas, a Rússia enviou tropas para ajudar o Cazaquistão a restabelecer a ordem.
Alguns subdivisões militares russas afetas à aliança já estão a trabalhar no terreno.
Bielorrússia e Tajiquistão também ofereceram ajuda e o Quirguistão já mobilizou forças para ajudar na proteção de instalações estratégicas do Cazaquistão.