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Pescadores ucranianos têm a vida em suspenso devido às incertezas sobre o mar russo

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A euronews esteve em Ialta, na Ucrânia, quando a vida de milhões de pessoas está em jogo se acontecer uma invasão russa ao país.

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A preocupação cresce entre os ucranianos enquanto a comunidade internacional acompanha a mobilização das tropas russas na Bielorrússia e junto à fronteira com a Ucrânia, em alegados exercícios militares.

A Rússia tinha anunciado que uma parte do mar de Azov e do mar Negro seria bloqueada a todo o tráfego, incluindo o comercial, para que pudesse conduzir os exercícios navais da respetiva marinha.

O Kremlin acabou por recuar no que diz respeito ao Azov, mas nem assim reduziu a inquietação já que ambos os mares são essenciais para as exportações da Ucrânia e são o meio de subsistência de muitas famílias, como nos contou Anelise Borges, a enviada da Euronews à Ucrânia.

Anatoli Yurievich tem 73 anos e pesca no mar de Azov há 50. Em entrevista à euronews, em Ialta, disse não compreender o aumento da tensão com a Rússia, que considera não fazer sentido, mas admite que se não puder continuar a pescar a situação será dramática.

Conta-nos que "ainda" conseguem "respirar, devagarinho", o que apanham dá "para comer, mas não para ficar rico".

Não há nada a fazer, lamenta: "Não há emprego. Está tudo fechado, exceto para aqueles que são empresários ou trabalham na agricultura. Pode ser o fim".

O Mar de Azov é partilhado entre a Ucrânia e a Rússia, dois países vizinhos e aqui os conflitos não são de hoje. Os navios russos superam em número os ucranianos e, deste lado, diz-se que a frota russa se aproxima demasiado, e frequentemente, da costa.

Os exercícios militares na região contribuem para a tensão mas não muito longe dali, na cidade portuária de Mariupol, os residentes dizem que a pressão não seria sentida se não fossem os meios de comunicação.

Um jovem afirmou à nossa reportagem que "quando vê as notícias" se assusta. "Parece que alguém vai bater à nossa porta e vai haver dor e sangue", diz.

Outro, afirmou que "os meios de comunicação, os jornalistas, exageram muito". O que precisam "é de informação mais equilibrada. Mas infelizmente, neste momento, ninguém apresenta a informação correta".

Um casal de idosos dizia à euronews que não veem informação, que não prestam "muita atenção" aos jornalistas, nem se metem "em política". "Pode dizer-se qualquer coisa... mas é preciso prová-lo com ações", disse o marido.

Ações que os EUA admitem que podem acontecer muito em breve, mas que a Rússia nega.

Será preciso esperar para ver a direção dos acontecimentos que se seguem para saber quem tem razão. No tabuleiro está a possibilidade de um conflito que ameaça mudanças geopolíticas e uma crise mundial há muito não vista ou, quem sabe, uma paz duradoura, que é aquilo por que os ucranianos anseiam há anos.

Outras fontes • Anelise Borges

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