Anuncio foi feito pelo primeiro-ministro canadiano esta segunda-feira à noite
O Governo do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, recorreu aos poderes de emergência para reprimir os protestos contra as restrições de combate à pandemia de covid-19 que paralisaram a capital e bloquearam passagens fronteiriças.
É a primeira vez na história do país que um chefe de governo recorre à "Lei das Emergências", que contorna alguns direitos constitucionais. A legislação poder ser usada em casos de "crise nacional" e permite que o governo proíba, por exemplo, manifestações.
Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, falou esta segunda-feira ao país. Trudeau fala de uma medida "limitada no tempo" e que se trata de "manter os canadianos seguros" e de "proteger os empregos das pessoas".
Uma lei parecida foi utilizada uma vez em tempo de paz, pelo pai de Justin Trudeau, na crise de outubro de 1970. Na época, chamava-se “lei sobre as medidas de guerra”.
O Governo de Pierre Elliott Trudeau invocou-a para enviar o exército ao Quebeque e tomar uma série de medidas de emergência, após o sequestro pela Frente de Libertação do Quebeque de um adido comercial britânico, James Richard Cross, e de um ministro do Quebeque, Pierre Laporte.
Cross foi libertado após negociações, mas o ministro foi encontrado morto na bagageira de uma viatura.
“Com esta lei, o Governo pode requisitar bens, serviços, pessoas. O Governo pode dizer às pessoas onde ir, onde não ir. Há realmente poucos limites para o que o Governo pode fazer”, explicou Geneviève Tellier, professora de Estudos Políticos na Universidade de Otava.
O transito da ponte Ambassador, que liga o Canadá aos EUA, já voltou à normalidade, depois de uma semana bloqueada por camionistas, num protesto que acabou por causar interrupções no fornecimento de alimentos a produtos.
O movimento "Comboio da liberdade" andou também pelas ruas de várias cidades por todo o país, como no centro da capital, em Otava.
Ontário recua e termina com passe de vacinação
Entretanto, o governo da província de Ontário, onde fica Otava, anunciou que vai terminar com o passe da vacinação a partir do próximo mês.
O governador recusa no entanto que a decisão tenha sido tomada com base nos protestos. mas sim por ser seguro fazê-lo em termos sanitários.