São muitos os jovens, no feminino sobretudo, que chegam à Polónia fugidos do horror da guerra, na bagagam levam a incerteza sobre o futuro.
A cidade fronteiriça de Przemysl continua na linha da frente do êxodo ucraniano para a Polónia. Continuam a chegar ali milhares de pessoas todos os dias.
Autoridades e residentes abriram as portas aos que fogem do conflito. Um centro cultural ucraniano transformou-se num ponto de receção desde o início da invasão russa, o mais pequeno, como explicava a enviada da euronews a esta cidade pode acolher até quarenta pessoas. Monica Pinna adiantava que "os ucranianos que ali chegam costumam permanecer durante uma ou duas noites, o tempo de organizarem a sua viagem para irem ter com familiares ou amigos. As camas permanecem feitas para quem ali chega".
Ludmilla Anatoliyvna, uma médica reformada de Zaporizhzhia, chegou com a sua neta. Vai deixá-la na Polónia, com a mãe, mas vai regressar à Ucrânia. À euronews afirmava que está pronta para agarrar na sua mala de médica, se necessário for, e partir para a frente de batalha.
Já Victoria tem 18 anos e viajou com a mãe desde a cidade de Kherson. É campeã de karaté e estudante de Economia. Sonhou um caminho de futuro, como qualquer jovem, mas hoje ele está cheio de incertezas. Explica que foram obrigadas a"partir" devido aos bombardeamentos.
As pessoas como Victoria vêm de todos os cantos da Ucrânia e partilham o mesmo pensamento, com aquele que Sasha, outra jovem, chegada deTernopil, conseguiu traduzir em palavras.
Neste centro que hoje é abrigo, de uma forma pouco convencional, quem foge da guerra encontra um pouco do seu país natal. Os voluntários que falam ucraniano mostram que a Polónia está pronta para ajudar. Igor Horków, presidente da União de Ucranianos na Polónia, referia que _"_a Polónia, a sociedade polaca, e o governo polaco estão preparados para receber um grande número de refugiados". Acrescentava que, por agora, "ainda há mais pessoas dispostas a acolher refugiados do que o número de ucranianos que chega à Polónia".
A Polónia está disposta a receber até um milhão de ucranianos. Para isso terão de ser criadas condições que vão além do apoio imediato em termos alimentares, de vestuário e abrigo, já que as perspetivas são de que esta crise possa durar muito tempo.