EUA dizem que ataque a central nuclear ucraniana poderá ser visto como "crime de guerra", Rússia nega acusações.
Os EUA dizem que o ataque contra uma central nuclear na Ucrânia, a maior da Europa, atribuído à Rússia é, possivelmente, um "crime de guerra" e uma "irresponsabilidade" e exortava o Kremlin a cessar todas as operações perto de instalações nucleares.
Por seu lado, Moscovo recusava as acusações, ainda que admitisse combates nessa área. O representante russo nas Nações Unidas, Vasily Nebenzia, afirmava que estão a tentar "apresentar os factos como se a Central Nuclear de Zaporizhzhia tivesse sido bombardeada pelos militares russos", uma situação que levou à deflagração de um incêndio. "Estas afirmações são simplesmente falsas", garantia acrescentando, como forma de justificação, que a "cidade de Enerhodar, a Central Nuclear de Zaporizhzhia, ou ZNPP, e os territórios adjacentes foram tomados pelo exército russo e estão sob o seu controlo desde o dia 28 de fevereiro".
A representante dos EUA no Conselho de Segurança da ONU falava numa "enorme ameaça para toda a Europa e para o mundo".Linda Thomas Greenfield dizia que estão "seriamente preocupados" que os operadores ucranianos desta central "estejam agora a fazer o seu trabalho sob extrema coação". O ataque russo "colocou a maior potência nuclear da Europa em grave risco", afirmava. "Foi incrivelmente imprudente e perigoso, e ameaçou a segurança dos civis em toda a Rússia, Ucrânia e Europa", concluia Greenfield.
Na conferência de imprensa após reunião dos chefes das Diplomacias da UE, Josep Borrell adiantava que a UE discutiu possíveis novas sanções contra a Rússia, mas não tomou qualquer decisão, enquanto se aguarda o efeito total das medidas já tomadas.
A China, que tem mostrado algum apoio a Moscovo, ia dizendo que a _"_comunidade internacional deve manter a cabeça fria e permanecer racional". O embaixador chinês na ONU Zhang Jun, alertava que "não devemos acrescentar combustível ao fogo" e apelava ao diálogo.