Voluntários de todo o mundo a ajudar na fronteira com a Hungria

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De  euronews
Voluntários de todo o mundo a ajudar na fronteira com a Hungria
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A Hungria não é, nos últimos anos, conhecida por acolher refugiados de 'braços abertos', com as políticas de Viktor Orbán. Mas, por estes dias, com a guerra na Ucrânia, a realidade inverteu.

Têm sido milhares os ucranianos a chegar às fronteiras dos países vizinhos. A Hungria é um deles. 

Do lado húngaro, à porta da estação de comboio da cidade de Záhony, estão voluntários de vários países para facilitar a vida a quem foge da guerra.

É o caso de Yuri, israelita. Conta que comprou "um bilhete só de ida". Quando chegou, perguntou onde podia ajudar. Agora, é o que faz. Trabalha de 12 a 14 horas por dia para ajudar quem chega. 

Os ucranianos vêm carregados de mágoa por ver o país onde nasceram em guerra, mas também vêm carregados de traumas com muitas coisas que viram.

Yuri não quer partilhar as histórias que vai ouvindo, por serem "muito emocionantes". "Nunca tinha ouvido certas coisas", diz, à Euronews. 

O horário do comboio não é confiável. O último atrasou sete horas. Nunca se sabe ao certo a que horas chegam mais pessoas.

David é britânico, está na estação há vários dias. É voluntário, tal como Yuri. Veio com um autocarro do Reino Unido com mais de 7 mil ursos de peluche, que foram doados. Os brinquedos têm sido distribuídos pelas crianças que chegam da Ucrânia.

David diz que o objetivo é que as crianças tenham "como primeira memória" alguém "divertido, vestido com peluches" e "a sorrir", como uma espécie de "mensagem de segurança". 

Há também quem tenha vindo dos Países Baixos, para ajudar nesta crise.

A praça em frente à estação ferroviária de Záhony chama-se "Praça da Europa", nome adequado, de acordo com as pessoas que por lá passam, até porque está cheia de voluntários de vários países da Europa e também do resto do mundo, que se dedicam a ajudar os refugiados deste conflito.