Fuga de informações revela crimes contra minoria Uigur

Detenções em massa, condenações arbitrárias e vigilância obsessiva com o poder de matar quem quer que tente escapar.
Estas as revelações contidas numa fuga de 100 mil documentos pertencentes à polícia chinesa sobre o que acontece nos campos de reeducação da minoria muçulmana da província de Xinjiang.
Os documentos foram autenticados e publicados por vários órgãos internacionais de imprensa.
A fuga de informações inclui milhares de fotografias de detidos e centenas de milhar de registos de membros da minoria Uigur.
Estima-se que cerca de um milhão de Uigures se encontrem nestes campos de re-educação que o governo chinês afirma serem voluntários.
Governos, peritos e organizações de direitos humanos não escondem a sua insatisfação.
"Isto é como uma janela sobre um estado-policial no qual muito pouca informação sai cá para fora. Nunca vimos nada assim", afirma o antropólogo Adrian Zenz.
"Não há dúvida que a China cometeu crimes contra a humanidade aqui, pelo menos no que diz respeito a tortura, maus tratos, prisão e perseguição" acrescenta Theresa Bergmann, da ONG Amnistia Internacional.
Estima-se que um milhão de Uigures vivam em campos de reeducação.
A publicação do relatório coincide com a chegada à China da Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.
O governo chinês afirma estar a cooperar de forma ativa para esta viagem acusando os países ocidentais de tentarem sabotar as suas relações externas.