Alexei Miller, o patrão da Gazprom, diz que o gás é russo; as regras também são russas e acusa a Europa de ser responsável pela atual crise energética
O diretor-geral do gigante russo da energia, Gazprom, declarou que jogará segundo as suas próprias regras após ter cortado o fornecimento diário de gás à Alemanha.
Alexei Miller, que falava durante um painel de discussão no Fórum Económico Internacional de São Petersburgo, disse: "O nosso produto, as nossas regras". Não jogamos com regras que não fizemos".
O Patrão da Gazprom culpou o ocidente, particularmente a Europa, pela atual crise energética.
"Somos testemunhas de choques nos preços do gás, somos testemunhas de uma volatilidade super-alta nos mercados de matérias-primas e de uma inflação muito elevada. Mas tudo isto não começou ontem, nem hoje, e aqui temos de dizer um grande obrigado aos reguladores estrangeiros, especialmente aos reguladores europeus", afirmou.
No início desta semana, a Gazprom cortou as entregas de gás natural através do gasoduto Nord Stream, aumentando a pressão sobre a Alemanha e outros países para encontrar fontes alternativas. A Gazprom afirma que o corte se deveu a trabalhos de reparação atrasados; os líderes europeus dizem que foi uma manobra política.
A União Europeia acordou recentemente um sexto pacote de sanções contra a Rússia, após a invasão da Ucrânia, com proibição da importação da maior parte do petróleo russo até ao final do ano.
A Alemanha também suspendeu a certificação do gasoduto Nord Stream 2, que teria duplicado as entregas de gás russo.
Espera-se que Vladimir Putin fale sobre este assunto, bem como sobre os cereais esta sexta-feira, num discurso que deverá proferir num encontro de representantes do mundo empresarial russo e egípcio.