Mais de mil mortos e pelo menos 1.500 feridos após terramoto no Afeganistão

Crianças afegãs sobre as ruínas da casa onde viviam antes do terramoto
Crianças afegãs sobre as ruínas da casa onde viviam antes do terramoto Direitos de autor AP Photo
De  Francisco Marques
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Abalo com magnitude a rondar os seis pontos ocorreu no sudeste do Afeganistão, numa zona remota perto do Paquistão. Operações de socorro prosseguem

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Mais de 1.000 mortos e pelo menos 1.500 feridos figuram no balanço provisório de vítimas após o forte tremor de terra ocorrido às primeiras horas de quarta-feira numa remota região do sudeste do Afeganistão.

As operações de busca e resgate prosseguem, prejudicadas pelo mau tempo, e o balanço deverá será ainda pior.

O sismo ocorreu em Paktika, junto à fronteira com o Paquistão, pouco mais de 150 quilómetros a sul de Cabul, por volta da 01h30 da manhã, hora local, eram 22 horas de terça-feira, em Lisboa.

O sismo teve uma magnitude de 5.9 de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos e de 6.1 de acordo com a agência de monitorização do Paquistão.

O terramoto destruiu diversas estruturas naquela região remota, neste que é já descrito como o sismo mais grave no Afeganistão dos últimos 20 anos e num dos piores momentos de um país também a sofrer uma grave crise económica e sanitária.

"O problema aqui no Afeganistão é que nós já estamos a sofrer a pior seca dos últimos 37 anos", afirmou a chefe de Comunicação, Advocacia e Compromisso Civil do braço afegão da UNICEF.

Sam Mort diz haver "uma crise de má nutrição" no país e que "estão a propagar-se doenças que seriam facilmente evitáveis como a diarreia aguda ou o sarampo". "Estas comunidades estão fragilizadas por anos de problemas. Isto aconteceu no pior momento", lamenta Sam Mort.

A tragédia representa também um exame muito difícil para o regime talibã, no poder desde agosto do ano passado, depois de a presença militar e empresarial ocidental ter abandonado o país.

Muitos dos países, antes ao lado do povo afegão, têm-se afastado cada vez mais desde o regresso ao poder dos talibãs.

O agora primeiro-ministro afegão, o mulá Mohammad Hassan Akhand, anunciou entretanto um pacote de ajuda urgente de 100 milhões de afghanis (1,04 milhões de euros) para as vítimas deste terramoto. O governo fez ainda um raro apelo à ajuda internacional.

A Comissão Europeia já se manifestou solidária com o povo afegão e prometeu "assistência a quem perdeu entes queridos, a casa e que precisa de ajuda".

"Através do Gabinete Humanitário da União Europeia no país, estamos em permanente contacto com os nossos parceiros humanitários e oferecemos toda a ajuda operacional necessária", lê-se no comunicado assinado pelo Alto Representante Josep Borrell e o Comissário para a Gestão de Crises Janez Lenarčič.

Os Estados Unidos também expressaram "um profundo pesar pelas vítimas do devastador terramoto no Afeganistão".

"O povo afegão tem passado por dificuldades extraordinárias e esta catástrofe natural agrava uma situação humanitária já de si terrível", afirmou o secretário de Estado Antony Blinken, acrescentando que "os parceiros humanitários" dos Estados Unidos "já estão a responder" à tragédia no terreno.

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