Ativista afegã critica dois pesos e duas medidas da comunidade internacional

Cerimónia de entrega do Prémio do Centro Norte-Sul do Conselho da Europa
Cerimónia de entrega do Prémio do Centro Norte-Sul do Conselho da Europa Direitos de autor Centro Norte-Sul do Conselho da Europa
De  Bruno Sousa com Lusa
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Entrevista a Zarifa Ghafari, ex-autarca afegã que recebeu o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa

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Zarifa Ghafari, ex-presidente da câmara de Maidan Shahr, capital da província de Wardak, no Afeganistão, recebeu esta terça-feira das mãos de Marcelo Rebelo de Sousa o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa. A ativista encontra-se no exílio desde que os talibãs regressaram ao poder no Afeganistão, defende o diálogo de todas as forças internas como a única solução para o conflito e não hesita em apontar o dedo à comunidade internacional.

"Parem de fazer jogos com o país ao apoiar atividades terroristas. Porque agora, o Estado Islâmico está ativo no país enquanto os talibãs estão no poder, graças à comunidade internacional. A mesma comunidade internacional que apoia o Estdos Islâmico. Porque se não é a comunidade internacional, onde é que eles conseguem as armas? Onde é que eles vão buscar dinheiro?,"  declarou Zarifa Ghafari, em entrevista à agência Lusa.

A ativista também abordou a situação no Irão e lamentou que a luta pelo pão, pela educação e pela dignidade no seu país não tenha o mesmo eco, nem chegue às celebridades como Elon Musk que deu o starlink ao povo ucraniano. 

"Anunciou "vou dar o starlink ao povo iraniano?" Porque é que o meu sangue é diferente do deles? Porque é que a minha voz é diferente? Porquê?" -  A pergunta de Gharafi segue sem resposta, mas o Prémio do Conselho da Europa sempre lhe dá alguma visibilidade internacional. 

Além da ativista, também foi distinguido o mecanismo da Covax, que permitiu que a vacina contra a covid-19 fosse distribuída pelo mundo inteiro, em particular aos países mais pobres.

Outras fontes • RTP

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