Exposição no Qatar retrata Mundo do Futebol

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No âmbito do Campeonato Mundial de Futebol da FIFA, o Museu Olímpico e Desportivo do Qatar acolhe uma exposição sobre o chamado desporto rei.

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No âmbito do Campeonato Mundial de Futebol da FIFA, o Museu Olímpico e Desportivo do Qatar 3-2-1 acolhe uma exposição intitulada O Mundo de Futebol.

A mostra aborda o fascínio exercido pelo chamado desporto rei.

“Na primeira metade temos as origens, quem joga, as regras, e histórias sobre alguns dos maiores jogadores, e mostramos as camisolas, o que é bastante interessante. Temos filmes sobre o Campeonato do Mundo e uma secção sobre os adeptos e a forma como eles apoiam as equipas. Abordamos também as razões pelas quais este jogo é tão popular em todo o mundo”, disse à euronews Andrew Pearce, curador da exposição World of Football.

A história do evento: dos anos 30 ao Mundial no Qatar

A segunda metade da exposição relata a história do campeonato do mundo de futebol, dos anos 30 à organização do evento no Qatar.

“A exposição Caminho para Doha retrata a realização do Campeonato do Mundo de 2022, mas começa em 1930, o ano do primeiro Campeonato do Mundo no Uruguai. Uma parte da exposição mostra pelo menos dois objectos de cada Campeonato do Mundo de 1930 a 2018 e depois, obviamente, os cartazes de 1930 a 2022. É interessante. Podemos ver a evolução do Campeonato do Mundo em termos de design gráfico, ao nível de pequenas coisas como os bilhetes, os cartazes. E depois entramos na história do futebol no Qatar, 40 anos de história do futebol em Doha. Há momentos emocionantes, em particular a de visita Pelé Doha em 1973 quando jogou contra o clube de futebol mais antigo de Doha, o Al-Ahli”, contou Aalia Khalid Al Khater, chefe de Exposições do Museu Olímpico e Desportivo do Qatar 3-2-1.

O museu abriu portas no início do ano. Como parte da coleção permanente, possui 16.000 objectos relacionados com o mundo desporto, além das 3.000 obras emprestadas por várias instituições.

A secção Passeio dos Atletas presta homenagem a 90 atletas de várias modalidades e do mundo inteiro. O visitante pode contemplar as luvas de boxe de Muhammad Ali, a camisola de Pelé e um antigo Ferrari de Michael Schumacher.

Uma referência para todo o mundo árabe

O diretor da instituição espera que o espaço se torne numa referência em todo o mundo árabe. "Este museu não é apenas para o Qatar, está sediado no Qatar, mas destina-se a todo o mundo árabe. Este é o primeiro museu deste tipo do Médio Oriente. Em termos de espaço, são 19 mil metros quadrados, estamos a atrair muita gente de fora do Qatar”, referiu Abdulla Yousuf Al Mulla.

“Vamos recolher objetos à medida que o Campeonato do Mundo avança. Todos os Campeonatos do Mundo criam novas histórias. Pode ser um cartão vermelho de um determinado árbitro. Pode ser a bola de um jogo em que se marcou o melhor golo da competição. Pode ser uma camisola, ou até recordações de de adeptos nos estádio”, sublinhou Andrew Pearce, curador da exposição.

Nos primeiros quatro meses desde a abertura, o Museu 321 recebeu 98 mil visitantes. O objetivo é chegar ao meio milhão de visitas até ao final do Mundial.

A aposta na arte pública

No âmbito do evento mundial, o Qatar duplicou o investimento em arte pública. Há várias obras para contemplar em diferentes espaços públicos do país, nomeadamente, a escultura de grandes dimensões do artista nova-iorquino Kaws, o Falcão de Tom Claasen e o Urso Amarelo do artista suíço Urs Fischer.

“É algo que mexe connosco. Podemos interagir com a obra, experimentar. No fundo, cada um elabora a sua própria interpretação da obra. Para o Qatar, o investimento na arte, é uma forma de encorajar o diálogo e de revitalizar diferentes partes da cidade onde não havia necessariamente formas de artes. Trata-se de trazer arte para cidade e permitir que as pessoas se envolvam facilmente com as obras”, disse à euronews Sarah Foryame Lawler, chefe de Planeamento dos Curadores, do departamento de Arte Pública, dos Museus do Qatar.

Obras de arte nos estádios e em todo o lado

Os estádios de futebol do Qatar vão acolher obras de arte. Por exemplo, a obra O Navio, do artista do Qatar Faraj Daham, concebida para o Estádio Al Janoub, é uma referência à ligação do país ao mar.

O estádio foi reconstruído para o Campeonato Mundial do Qatar 2022. 80% dos materiais provêem da demolição do antigo Estádio Ahmed Bin Ali. Os restantes materiais foram reciclados e transformados em instalações de arte pública que serão expostas em todo o país durante o campeonato.

“As estruturas de aço foram usadas para a arte pública. Os artistas escolheram os materiais a partir do que havia no antigo estádio”, explicou Mario Zraunig, Chefe de Operações do Estádio Ahmed Bin Ali.

A obra Stand together do artista coreano Choi Jeong Hwa, encomendada especialmente para o Campeonato do Mundo, pode ser vista no Education City Stadium.

“O autor da obra foi convidado a vir ao Qatar, ainda antes da pandemia de COVID-19. A obra inspira-se no Qatar em geral. É como um dente-de-leão, ao nível da forma, com 100 pernas. E as pernas são feitas de bolas de futebol. Muito coloridas. O que atrai a atenção. E para manter a sua identidade visual relacionada com o uso de materiais reciclados, o artista optou por acrescentar à obra um utensílio de cozinha do Qatar reciclado”, contou Layla Ibrahim Bacha, especialista de Arte da Fundação do Qatar.

Além dos artistas internacionais, o Qatar expõe obras de vários artistas locais. Por exemplo, a obra intitulada Azzm de Sheikh Hassan bin Mohammed Al Thani retrata o empoderamento das mulheres. E a obra Egal de Shouq Al Mana evoca o adorno tradicional usado pelos homens do Qatar.

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“Penso que a a essência das artes públicas é encorajar o diálogo, fazer com que as pessoas questionem, pensem e fiquem curiosas em relação às obras”, considerou Sarah Foryame Lawler.

Quer seja no metro, nas rotundas, ou no meio do deserto, mais de uma centena de obras de arte pública vão ser colocados em vários pontos do país, antes do início do Campeonato do Mundo.

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