Habitantes falam em perda social e económica mas têm esperança na reconversão
Em pleno centro de Portugal, no concelho de Abrantes, a Central Termoeléctrica do Pego deixou de produzir energia a partir do carvão há um ano. Uma decisão do governo português, no âmbito da estratégia de descarbonização nacional que, segundo representantes sindicais, afetou 150 trabalhadores e 350 familiares, numa localidade de 2500 habitantes.
Um ano depois, o sentimento da população é de perda social e económica. Muitos acreditam que o fecho se deu demasiado rápido, embora mostrem alguma esperança no futuro.
António Larguinho, proprietário do restaurante Tulipa:"Falava-se em 2030, depois passou para 2026 e depois encerrou em 2021... Basicamente, à espera de um fecho tão rápido, não estávamos, mas sabia que ía acontecer. Trouxe quebras, como é natural, aqui no comércio e na movimentação de pessoas... Tudo negativo, nessa parte foi negativo. Esperamos tempos melhores, vamos ver."
A espanhola Endesa ganhou um concurso para a reconversão do equipamento e o presidente da Câmara de Abrantes mostra-se otimista.
Manuel Jorge Valamatos, presidente da Câmara Municipal de Abrantes:"Obviamente, temos expectativas, relativamente ao futuro, do ponto de vista da economia, que novos projetos na área das energias renováveis possam avançar de forma célere e que esses mesmos projetos, e outros, possam integrar todas as pessoas que perderam a sua atividade profissional pelo encerramento da central termoelétrica a carvão."
Ainda assim, para já, apenas 20 trabalhadores continuam em funções na central, com contratos que chegam ao fim já em dezembro, e outras cinco dezenas de antigos colaboradores estão a receber formação, na esperança de poder ser reintegrados.