Parlamento alemão classifica Holodomor como genocídio

O Parlamento alemão aprovou, esta quarta-feira, uma resolução que classifica como genocídio o Holodomor, tragédia que matou milhões de pessoas à fome durante o regime de Estaline.
A resolução foi levada à Câmara Baixa, o Bundestag, pelos três partidos da coligação governamental do chanceler Olaf Scholz e pelo principal bloco da oposição.
No documento aprovado, ficou claro que "as mortes em massa pela fome não foram resultado de uma colheita fracassada", mas sim que a responsabilidade recai na "liderança política da União Soviética, sob comando de Estaline".
Gabriela Heinrich, deputada do Partido social-democrata, disse que o Holodomor foi uma "fome deliberada e planeada para tornar a Ucrânia complacente, para anexá-la ao sistema soviético”, acrescentando que “a Ucrânia não se esqueceu disso e a Alemanha também não".
Já o deputado Robin Wagener, da aliança 90/os verdes, disse que, com esta proposta, estão a "confrontar a verdade brutal da violência estalinista, não para relativizar os crimes alemães na União Soviética, mas para aprender com a verdade histórica".
A resolução foi aprovada por larga maioria, após um debate que contou com a presença do embaixador da Ucrânia na Alemanha, Oleksii Makeiev, e acontece dias após os cidadãos ucranianos terem assinalado os 90 anos do Holodomor. A tragédia terá tirado a vida a mais de 3 milhões de pessoas.
De salientar que 16 países, para além da Ucrânia e, agora da Alemanha, já reconheceram a "Grande Fome" como genocídio. Os dados são avançados pelo Museu Holodomor, com sede em Kiev.