Extinção da polícia dos costumes não põe fim à revolta
O anúncio feito pelo procurador-geral iraniano, sobre a dissolução da polícia dos costumes, não foi suficiente para travar iniciativas de protesto. Ativistas apelaram à realização de novas ações, incluindo greves, a nível nacional. A tomada de posição do foi vista como uma vitória para o movimento de mulheres no Irão mas, acredita-se este passo não faz sentido sem o levantamento da imposição da utilização do véu às iranianas, que dura há mais de 40 anos.
Uma jovem iraniana, residente no Curdistão iraquiano, referia que as exigências nãos e ficam por aqui. O fim da obrigatoriedade do uso do hijab é uma delas mas, o que se pretende, de facto, é acabar com o sistema que está instalado o país.
Foi a ação da polícia dos costumes que desencadeou as revoltas contra o sistema vigente no Irão. Os protestos começaram, em meados de setembro, depois de agentes desta força prenderem Mahsa Amini porque teria uns fios de cabelo à mostra. A jovem de 22 anos acabou por morrer, dias depois, sob custódia desta polícia.