Décima visita do Papa a África

Seis dias no coração de África. O Papa iniciou esta terça-feira uma viagem à República Democrática do Congo e ao Sudão do Sul. Francisco leva uma mensagem de paz a dois países que nas suas palavras sofrem com "mentalidade colonialista" de quem acha que o continente é território aberto à exploração sem regras.
África tem uma importância particular para a Igreja Católica. É a única região do mundo onde o número de fiéis continua a crescer. A República Democrática do Congo é o país com a maior percentagem de católicos do continente - mais de metade dos cerca de 95 milhões de habitantes -, tem mais de 6.000 padres, 10.000 freiras e mais de 4.000 seminaristas.
Os grupos de fiéis esperam que a viagem de Francisco ilumine dois dos conflitos esquecidos do mundo e reavive a atenção internacional sobre algumas das piores crises humanitárias de África, no meio do cansaço dos doadores e de novas prioridades de ajuda na Ucrânia.
É a décima vez que Francisco visita África desde que foi designado papa. Continua visivelmente debilitado em termos de saúde, mas mantém a intenção de deixar a marca na remodelação da igreja como um "hospital de campo para almas feridas".
A segunda parte da viagem do Papa levá-lo-á ao Sudão do Sul, o país mais jovem do mundo onde a continuação dos combates tem dificultado a execução do acordo de paz de 2018, assinado para pôr fim a uma guerra civil. Esta visita tem uma dinâmica mais ecuménica porque o Papa vai ser acompanhado pelos chefes de duas igrejas protestantes.