O Kosovo celebra o 15ª aniversário da declaração unilateral de independência, que foi reconhecida por 117 países, entre eles a maioria dos Estados-membros da União Europeia. Década e meia depois, o estatuto da antiga província sérvia continua a dividir o mundo e os próprios habitantes.
O Kosovo celebra o 15ª aniversário da declaração unilateral de independência, que foi reconhecida por 117 países, entre eles a maioria dos Estados-membros da União Europeia. Década e meia depois, o estatuto da antiga província sérvia continua a dividir o mundo e os próprios habitantes.
"A maioria das coisas é má. Acho que nada do que pensávamos se tornou realidade e ainda nem sequer sabemos exatamente o que se vai tornar realidade", diz uma habitante sérvia da cidade de Gračanica.
"Vivemos bastante bem. A cada dia que passa melhor", contrapõe um reformado albanês que vive na cidade de Pristina.
Para o primeiro-ministro kosovar, Albin Kurti, o Kosovo é democrático e soberano, com a economia mais desenvolvida da região. "O Kosovo é o nosso país comum, no qual devemos ter bem-estar e segurança, e esta é a prioridade do nosso Governo".
Os dados do Instituto Nacional de Estatística do Kosovo dizem o contrário. O desemprego é de quase 40%. Professores, médicos e outros funcionários públicos protestam cada vez mais nas ruas.
"Quando a Sérvia como Estado desaparece, vemos que agora somos responsáveis pelas nossas próprias vidas. Portanto, não é de surpreender que as pessoas estejam muito desiludidas", afirma Nexmedin Spahiu, professor de Ciência Política.
Nas comunidades sérvias e albanesas prevalece um sentimento de medo e frustração, principalmente por razões de segurança.
"A tensão é visível e reflete-se através de uma narrativa populista muito polarizadora das instituições do Kosovo", diz a analista política, Jovana Radosavljević.
O diálogo entre a Sérvia e o Kosovo está em crise, mas as duas partes aceitam o chamado plano franco-alemão apoiado pela União Europeia para a normalização das relações.