O cemitério de mísseis que guarda provas para a justiça internacional

Estão a decorrer mais de seis mil processos penais relacionados com violações da lei marcial
Estão a decorrer mais de seis mil processos penais relacionados com violações da lei marcial Direitos de autor Euronews
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De  Valérie Gauriat
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Um imenso cemitério de mísseis repousa na cidade de Kharkiv, com provas para levar aos tribunais internacionais

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A cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, foi uma das localidades mais duramente atacadas na ofensiva russa do ano passado. Situada a cerca de 40 quilómetros da fronteira russa, ainda é regularmente alvo de ataques com mísseis.

Aliás, nos arredores da cidade, num lugar mantido longe da vista de todos, existe um sítio conhecido como "o cemitério de mísseis".

"Isto é um pedaço de uma bomba de fragmentação. Tem umas ranhuras no interior. Quando explode, os fragmentos voam em todas as direções, provocando ferimentos graves, muita perda de sangue e mortes", explica Dmytro Chubenko, porta-voz da Procuradoria-geral de Kharkiv.

Desde o início da guerra, foram trazidos para aqui mais de mil mísseis. Estão organizados por tamanho e forma, para um dia servirem como prova perante a justiça internacional dos alegados crimes de guerra cometidos pelas forças russas.

"Os procuradores e investigadores analisam estas munições, para determinar o tipo específico de bomba e a altura em que deflagrou, para podermos apurar as casas que foram destruídas e as pessoas que foram mortas", afirma Chubenko. 

E prossegue: "Mais de 1.500 civis foram mortos durante o bombardeamento de Kharkiv e da região à volta. Ficaram feridos 2.700. Estão a decorrer mais de seis mil processos penais relacionados com violações da lei marcial, com o artigo 438 do Código Penal da Ucrânia, relativo a bombardeamentos".

A correspondente internacional da Euronews, Valérie Gauriat, aponta que "no espaço de 20 minutos, soaram duas vezes os alarmes de raides aéreos. A população está pronta para reagir a novos ataques, mas os militares ucranianos dizem que não preveem grandes ofensivas em Kharkiv nesta altura, uma vez que as forças russas têm falta de recursos".

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