Governo britânico apresenta orçamento do Estado num período de greves sucessivas

O governo britânico apresentou, esta quarta-feira, a proposta de Orçamento do Estado ao Parlamento, numa altura em que se multiplicam as greves e o descontentamento em vários setores no país.
Milhares de pessoas sairam hoje às ruas para exigir melhores condições de vida e de salário, naquela que será uma das maiores jornadas de mobilização dos últimos meses.
Ao apresentar as medidas ao Parlamento, o ministro das Finanças, Jeremy Hunt, reconheceu o impacto da inflação na vida da população.
O chefe da pasta das Finanças disse ainda que o aumento dos preços é a principal razão que conduz às greves e garantiu que o executivo "tomará todas as medidas necessárias para a estabilidade económica", garantindo, contudo, que o país não entrará em recessão este ano.
"A inflação elevada, Senhora Vice-Presidente da Câmara, é o principal motivo das greves a que temos assistido nos últimos meses. Continuaremos a trabalhar, de forma árdua, para resolver essas disputas, mas apenas de uma forma que não alimente a inflação. Parte da queda da inflação prevista pelo OBR (Gabinete Orçamental) acontece devido a medidas adicionais que adoto hoje", salientou ainda.
O ministro das Finanças também anunciou a sua decisão de prolongar o apoio relativo às contas de energia das famílias, pelo período de mais três meses.
Jeremy Hunt também disse que iria colocar em prática medidas com o objetivo de atrair mais pessoas para o mercado de trabalho, incluindo pessoas com mais de 50 anos.
De salientar que os britânicos têm vindo a demonstrar o seu descontentamento, face ao aumento do custo de vida e da energia e já organizaram várias jornadas de protesto nos últimos meses. A greve desta quarta-feira, uma das mobilizações com maior impacto, abrange setores como os transportes, a educação ou a função pública.