Coreia do Norte dispara novo tipo de míssil balístico

Imagens do lançamento do míssil balístico da Coreia do Norte para o Mar do Japão
Imagens do lançamento do míssil balístico da Coreia do Norte para o Mar do Japão Direitos de autor Lee Jin-man/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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De  Maria Barradas com Agências
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O lançamento do míssil provocou pânico e confusão na ilha japonesa de Hokkaido, com as autoridades a darem ordem de evacuação dos espaços públicos

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A Coreia do Norte disparou um "novo tipo" de míssil balístico na quinta-feira. 

De acordo com os militares sul-coreanos, será possivelmente um míssil de combustível sólido (ICBM), o que marca um grande avanço tecnológico e estratégico para o programa de armamento de Pyongyang.

O lançamento desencadeou um breve alerta sobre a ilha japonesa de Hokkaido, no norte do Japão, antes de o Japão dizer que o projétil não tinha atingido o seu território. As sirenes soaram e a mensagem das autoridades ecoou na ilha, pedindo a evacuação dos espaços públicos e o recolhimento em edifícios ou no subsolo.

Segundo o exército sul-coreano, o míssil foi lançado às 7h 23m - hora local (22h 23m em Lisboa) - e viajou mil quilómetros antes de se afundar no Mar do Japão.

Todos os mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) lançados pela Coreia do Norte até à data têm sido alimentados por combustível líquido. No entanto, os mísseis de combustível sólido, que Pyongyang há muito procura desenvolver, são mais estáveis e mais rápidos na preparação para o lançamento do que os mísseis de combustível líquido, tornando-os mais difíceis de detetar e destruir.

Num desfile militar em Pyongyang, em fevereiro, a Coreia do Norte exibiu um número recorde de mísseis, incluindo o que os analistas acreditam ser um novo ICBM de combustível sólido.

Um ICBM de combustível sólido é uma das principais armas de alta tecnologia que o líder norte-coreano  prometeu construir para melhor lidar com o que ele chama de ameaças militares dos EUA. Outras armas  que Kim Jong Un quer adquirir são um míssil multi ogivas, um submarino nuclear, um míssil hipersónico e um satélite espião.

Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional presidencial dos EUA, declarou: "O lançamento é uma violação flagrante de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU, aumenta desnecessariamente as tensões e corre o risco de desestabilizar a segurança na região", acrescentando: "Os Estados Unidos tomarão todas as medidas necessárias para garantir a segurança da pátria norte-americana e dos seus aliados na República da Coreia e no Japão".

O míssil foi lançado a poucos dias das reuniões ministeriais do G7, agendadas para o Japão este fim-de-semana, antes da cimeira do grupo dos sete países mais ricos do mundo que vai decorrer em maio, em Hiroshima.

Os peritos dizem que as discussões entre os líderes mundiais nas reuniões do G7 poderão também ser cruciais para manter a pressão diplomática sobre a Coreia do Norte, dada a disfunção no Conselho de Segurança das Nações Unidas, onde os membros permanentes, China e Rússia, bloquearam sanções mais rigorosas contra a Coreia do Norte nos últimos meses.

Espera-se também que o avanço do arsenal nuclear da Coreia do Norte seja um tema importante durante uma cimeira entre o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, e o presidente norte-americano Joe Biden, no final deste mês, em Washington.

Para além deste tema, os dois líderes aliados têm certamente sobre a mesa as embaraçosas fugas de informação do Pentágono.

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