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Lisboa testa resposta a grande sismo em cenários reais. Autoridades admitem falhas nas comunicações

Um dos cenários do exercício de resposta a danos e vítimas provocados por um sismo de grande magnitude
Um dos cenários do exercício de resposta a danos e vítimas provocados por um sismo de grande magnitude Direitos de autor  Exército Português/Facebook
Direitos de autor Exército Português/Facebook
De Joana Mourão Carvalho
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Um exercício que mobilizou mais de 400 operacionais expôs fragilidades nos canais de comunicação e na uniformização de procedimentos entre as várias forças de emergência, durante a simulação de um sismo de grande magnitude em Lisboa.

Mais de 400 operacionais, de diferentes entidades - Exército, Força Aérea, Proteção Civil, Bombeiros, PSP e GNR, Polícia Municipal, Policia Judiciária e Cruz Vermelha - participaram durante uma semana num exercício de simulação de resposta a um sismo de grande magnitude em Lisboa.

Entre os resultados, que foram apresentados num balanço final, destaca-se a necessidade de melhorar a capacidade de comunicação e uniformizar padrões de atuação.

"Eu sugeri que, num futuro próximo, fizéssemos mais um exercício de comunicações com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil para testarmos e melhorarmos a nossa capacidade." Este foi o apelo deixado pelo general Eduardo Mendes Ferrão, Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), no balanço da sétima edição do exercício Fénix 25.

O exercício tinha em vista a atuação das diferentes entidades na resposta a danos e vítimas provocados por um sismo de grande magnitude, testando o Sistema Integrado de Apoio Militar de Emergência do Exército. Treinaram-se buscas e salvamento, desobstrução de vias, apoio logístico, sanitário e alimentar e houve alerta de tsunami, entre outros cenários.

"O Exército tem uma capacidade de comunicações bastante boa que põe sempre que possível, e sempre que a ANPC requeira, à disponibilidade, mas é preciso nós treinarmos melhor esta capacidade de comunicações para integrar os vários sistemas que existem, seja na Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil seja nos Bombeiros, seja no Exército, seja nas Forças Armadas como um todo", defendeu o CEME.

O general Mendes Ferrão sublinhou ainda que "toda a resposta, que se quer integrada e coordenada, tem de repousar num bom sistema de comunicações e bom sistema de comando".

O exercício Fénix 25 também mostrou que na resposta há vários tipos de formação e procedimentos para o mesmo cenário, sendo, por isso, necessário encontrar padrões de atuação comuns, entre as diferentes entidades.

"As equipas estão treinadas cada uma por si, mas verificamos que a integração delas no mesmo espaço é critica e ao nível da formação temos de melhorar mais para haver interoperabilidade. Quando uma equipa médica do Exército chegar ao cenário tem que ter os mesmo padrões que o INEM e Bombeiros. Num cenário de emergência civil complexa as equipas devem ter os mesmos padrões de atuação para uma resposta atempada e de qualidade", frisou o general Mendes Ferrão.

"Estamos preparados, mas nunca podemos estar confortáveis"

Por seu lado, o Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, destacou a importância do treino dos operacionais.

"Nós estamos preparados, mas na realidade nunca podemos estar confortáveis com aquilo que temos e, portanto, devemos continuar a maximizar o nosso potencial e a explorar novas capacidades e a tentar procurar cada vez mais soluções inovadoras", defendeu, lembrando que "pelo mundo fora temos tido um conjunto de situações e de eventos que nos trazem, no fundo, a perspetiva de que precisamos de continuar à procura de uma melhoria contínua".

Questionado sobre o SIRESP, a rede de comunicações do Estado Português para as situações de emergência e segurança, admitiu que "há zonas com falhas de cobertura" e lembrou também que "há um grupo de trabalho neste momento que se encontra a analisar as fragilidades da rede e a tentar perceber como é que essa rede pode funcionar melhor".

"Mas nós estamos dotados de um conjunto de equipamentos, nomeadamente veículos com capacidade de transmissão por satélite. E quando é detetada alguma zona com falhas de cobertura de rede ou cujo o teatro de operações ultrapassa a capacidade das antenas instaladas, conseguimos mobilizar esses veículos dando uma maior cobertura de rede", garantiu.

O general Mendes Ferrão e Carlos Moedas no encerramento do exercício, na Casa Pia de Lisboa
O general Mendes Ferrão e Carlos Moedas no encerramento do exercício, na Casa Pia de Lisboa Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa/Facebook

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que também falou aos jornalistas no balanço do exercício Fénix 25, considerou que os resultados do exercício trazem segurança aos lisboetas e mostram que "há uma preparação que é feita e é constante".

Moedas destacou também que a autarquia deu "grandes passos" nos últimos quatro anos: "Não tínhamos alerta tsunami, agora temos. Não tínhamos os pontos de encontro para as pessoas em caso de catástrofe, agora temos 86 pontos", sublinhou.

Salientou ainda que é indispensável testar em cenários reais para otimizar a resposta a uma catástrofe.

"Cada pessoa tem que saber o que tem que fazer no primeiro minuto e só o sabe se o fizer em situação real. Todos temos que saber o que devemos fazer naquele momento e nós até podemos saber na teoria, mas se não treinarmos todos os dias, não vamos conseguir fazê-lo", frisou o autarca.

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