Angola tenta repatriar cidadãos do Sudão e pelo menos 10 estão quase fora de perigo

Cidadãos marroquinos repatriados do Sudão
Cidadãos marroquinos repatriados do Sudão Direitos de autor AP Photo
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De  Francisco Marques
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Comunidade internacional coordena-se nas operações de evacuação do Sudão, por terra, mar e ar

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O governo de Angola anunciou no final da noite de terça-feira ter em curso uma operação para o repatriamento dos respetivos cidadãos que se encontram no Sudão. Pelo menos, 10 já estarão fora das zonas de perigo rumo a países vizinhos.

"O Ministério das Relações Exteriores informa que cinco cidadãos nacionais que se encontravam a estudar na capital sudanesa, Cartum, estão em direção à fronteira terrestre entre o Sudão e a Etiópia. (...) Outros cinco estão a caminho do Egito", lê-se num comunicado divulgado pelas redes sociais.

O governo angolano acrescenta ter em curso "as diligências necessárias para que as Missões Diplomáticas de Angola no Cairo (Egito) e em Adis Abeba (Etiópia) procedam a evacuação voluntária para  Luanda dos referidos cidadãos" e disponibiliza os contactos da Embaixada de Angola na Etiópia ("+251 978-84-38-35" e "+251 965-59-70-71")  aos restantes angolanos que se mantenham no Sudão e necessitem de ajuda.

Milhares de pessoas têm conseguido fugir da guerra, seja de avião ou de barco, em operações de evacuação coordenadas por diversos países europeus, africanos e do Médio Oriente.

Em Paris, aterrou esta quarta-feira de manhã o primeiro avião fretado pela França para repatriar os respetivos cidadãos que residem naquele país africano atualmente em ebulição militar.

A bordo viajaram 245 pessoas, a larga maioria, 195, cidadãos franceses, mas também neerlandeses, italianos, neozelandeses, marroquinos e sudaneses.

Alívio foi o sentimento reinante a bordo.

"Vivemos uma semana de caos e agora só podemos estar satisfeitos. Era improvável que não houvesse mortes. Há alguns feridos que vão ficar bem e, por isso, estamos muito felizes que tudo tenha acabado assim", dizia, após o desembarque, um dos homens que viajaram no avião da Air France.

Uma mulher confessou ter-se sentido "paralisada" após "o primeiro dia de confrontos". "Não sabia o que fazer. Não sabia como escapar. O aeroporto foi fechado e não podíamos partir", disse.

A bordo de uma embarcação do reino saudita, desembarcaram esta quarta-feira em Jeddah 1.687 civis em fuga da guerra pelo poder.

Apenas treze eram cidadãos sauditas, os restantes eram cidadãos com passaporte de diversos países do Médio Oriente, de África, da Europa, da Ásia, da América do Norte e da América Central, revelou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do reino saudita.

Dos 22 portugueses identificados no Sudão pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, dois mantêm-se ainda no país.

Um é voluntário numa organização humanitária e está a mais de 500 quilómetros de Cartum, disse ao Expresso Suliman Abdelmagid Suliman Mohamed, Cônsul Honorário de Portugal no Sudão, que trabalha em cooperação com a embaixada portuguesa no Cairo.

O outro ficou em Sudão Porto porque "optou por aguardar por uma deslocação no quadro das Nações Unidas, organização à qual pertence", explicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, em comunicado.

"Os cidadãos nacionais que optaram por regressar a Portugal têm assegurada ajuda do Estado português para o respetivo transporte. Os restantes cidadãos que escolheram outros destinos estão igualmente em contacto permanente com as entidades consulares que têm acompanhado a par e passo todo este processo, desde o eclodir do conflito", explicou o MNE de Portugal, que se têm coordenado com outros "países aliados" na retirada de cidadãos nacionais do Sudão.

De acordo com as Nações Unidas, já morreram pelo menos 512 pessoas e ficaram feridas quase 4.200 devido aos confrontos armados pelo poder que eclodiram a 15 de abril no Sudão.

Outras fontes • Lusa, AFP, AP

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