Combates no Sudão apesar da promessa de tréguas

Cartum sem sinais de cessar-fogo
Cartum sem sinais de cessar-fogo Direitos de autor Marwan Ali/AP
Direitos de autor Marwan Ali/AP
De  Teresa Bizarro com Agências
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

As intenções dos generais em conflito não passaram para a linha da frente. Há notícia de confrontos em vários pontos do país

PUBLICIDADE

No papel, as tréguas no Sudão foram prolongadas por mais uma semana, mas o fumo que mancha o céu de Cartum conta uma história diferente. Até agora, os acordos de cessar-fogo entre as duas fações em conflito não produziram efeitos práticos.

As Nações Unidas querem garantias de segurança para a entrega e distribuição de ajuda aos civis que se encontram cada vez mais isolados e desesperados.

Falando em Nairobi, o secretário-geral da ONU apela aos líderes militares para que coloquem "os interesses do povo sudanês em primeiro lugar" criando condições para a paz e para o restabelecimento de um governo civil.

"Cartum está em tumulto; Darfur está a arder mais uma vez; e a Agência das Nações Unidas para os Refugiados já afirmou que mais de 100.000 pessoas fugiram e 800.000 pessoas poderão fugir do país nos próximos dias e semanas. Os combates têm de acabar - e têm de acabar já," declarou António Guterres.

Um recado para as Forças Armadas Sudanesas e as Forças de Resposta Rápida - os dois movimento em conflito. Em menos de três semanas, pelo menos 550 pessoas foram mortas e cerca de cinco mil ficaram feridas.

Troca de tiros e de acusações

O exército sudanês assuniu confrontos com o grupo paramilitar Forças de Resposta Rápida na capital Cartum, no primeiro dia de uma trégua de uma semana mediada pelo Sudão do Sul, a mais longa desde o início do conflito no país, a 15 de Abril.

"As nossas forças entraram hoje de madrugada em confronto com os rebeldes que tentaram atacar o comando da Região Militar do Norte de Cartum", afirmaram as forças armadas em comunicado.

Em resposta aos ataques, o exército avisou os cidadãos da capital para "se afastarem dos locais dos confrontos".

Testemunhas civis na cidade dizem que este é o "combate mais pesado" desde o início das hostilidades. Ouvram-se fortes explosões no Palácio da República e no comando geral do exército no centro de Cartum, além de combates nas ruas da área militar no norte da cidade.

Por seu lado, os paramilitares afirmaram em comunicado que o exército violou a trégua humanitária ao atacar as suas "unidades e bairros residenciais com artilharia indiscriminada e bombardeamentos aéreos".

"As Forças de Resposta Rápida condenam as acções irresponsáveis dos líderes das forças golpistas e dos extremistas remanescentes do regime defunto ao violarem as tréguas humanitárias declaradas e ao atacarem as nossas forças desde a madrugada de quinta-feira em várias das suas localidades", afirmaram os paramilitares numa nota publicada na sua conta oficial do Twitter.

Milhares de pessoas continuam em fuga, sendo o Chade e o Egipto os países que recebem mais refugiados. Vários governos estrangeiros puseram em marcha operações para retirar os cidadãos do país em segurança.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Alemanha promete milhões em ajuda ao Sudão no aniversário da guerra

Ataque aéreo mata pelo menos 22 pessoas no Sudão

Cessar-fogo no Sudão após ataque que fez 17 mortos