Presidente georgiana considera "inaceitável e indesejável" a decisão de Putin de levantar a proibição de voos diretos entre os dois países e isentar os georgianos de vistos à entrada na Rússia
Putin volta a olhar para a Geórgia. O Presidente russo assinou um decreto para restabelecer os voos comerciais entre a Geórgia e a Rússia e dar aos georgianos um regime de isenção de vistos. Para a presidente da Geórgia, a decisão de Moscovo é uma provocação.
"Não precisamos de um regime de isenção de vistos, não precisamos de voos directos, nada disso é bem-vindo enquanto a Rússia for um agressor, este gesto em nome dos ocupantes é inoportuno e indesejado," afirmou Salome Zourabichvili.
Tblissi e Moscovo não têm relações diplomáticas desde a invasão russa da Geórgia em 2008, mas os voos comerciais diretos entre os dois países só foram proibidos pelo Kremlin em 2019.
De acordo com o novo decreto de Putin, o regime de isenção de vistos permite que os georgianos permaneçam na Rússia durante 90 dias e será ativado a 15 de maio.
O governo de Tblissi - criticado pelas posições pró-Putin - reconhece que a medida pode beneficiar muitos cidadãos nacionais, mas garante que mantém o embargo a empresas russas sancionadas.
"Quanto às empresas e aviões não sancionados, estes terão obviamente a oportunidade de operar comercialmente e voar na Geórgia. Cerca de um milhão dos nossos cidadãos vivem na Rússia e esta decisão facilitar-lhes-á definitivamente as viagens," declarou Mariam Kvrivishvili, vice-ministra da Economia da Geórgia.
A decisão de restabelecer o regime de isenção de vistos e os voos comerciais diretos entre a Geórgia e a Rússia foi criticada pela oposição georgiana. A grande maioria da população quer fazer parte da União Europeia e, em dezembro, Bruxelas vai decidir sobre o estatuto candidato à adesão. Há quem receie, incluindo na classe política que esta jogada de Vladimir Putin dificulte o processo.