Em entrevista à Euronews em antevisão da conferência GLOBESEC em Bratislava, a líder da oposição bielorrussa pede ações mais concretas contra o regime de Alexander Lukashenko.
A líder da oposição bielorrussa, Sviatlana Tsikhanouskaya, está a participar na conferência do GLOBESEC em Bratislava, na Eslováquia, e tem uma mensagem para os líderes que está a encontrar: É preciso não esmorecer as sanções à Bielorrússia e ao regime de Alexander Lukashenko, numa altura em que a União Europeia decidiu prolongar, por mais um ano, as sanções contra Minsk.
O**GLOBESEC** é um think tank internacional dedicado à Europa Central e Oriental, que organiza o Fórum de Bratislava entre 29 e 31 de maio, onde estarão presentes líderes mundiais como Emmanuel Macron ou Ursula von der Leyen.
Em entrevista à Euronews, em antevisão da conferência, Tsikhanouskaya disse: "A Bielorrússia é extremamente importante para a segurança regional. Uma Bielorrússia livre e independente não é apenas algo importante para o povo bielorrusso, mas para toda a região. O destino da Bielorrússia e o destino da Ucrânia estão interligados. A Bielorrússia faz parte da crise, mas também pode fazer parte da resolução do problema."
Sanções devem prosseguir
Moscovo interveio para ajudar o aliado em 2020, depois de a Bielorrússia ter sido atingida por sanções económicas por reprimir protestos pró-democracia. Quando a Rússia invadiu a Ucrânia, dois anos depois, o regime de Lukashenko retribuiu o favor, como lembra Pavel Slunkin, analista político no Conselho Europeu de Relações Externas:
"As tropas russas entraram no território da Bielorrússia para tentar capturar Kiev. Têm bombardeado cidades ucranianas no norte do país a partir de território bielorrusso e têm utilizado instalações industriais bielorrussas para produzir armamento para a Rússia. Têm utilizado infraestruturas bielorrussas, como as ferroviárias, para abastecimento", diz o especialista.
Enquanto alguns relatórios sugerem que a União Europeia está a considerar aliviar as sanções sobre as exportações de potassa bielorrussa, um fertilizante que constitui uma grande parte das receitas do país, Tsikhanouskaya apela à utilização de todos os instrumentos legais disponíveis para ajudar a restaurar a democracia:
"O Tribunal Penal Internacional deve emitir um mandado de captura contra Lukashenko, tal como foi feito com Putin", diz. "A União Europeia deve considerar a possibilidade de aplicar (novas) sanções contra o regime de Lukashenko. Compreendo que o regime esteja a tentar esconder os seus crimes. Mas devemos lembrar a todo o momento, em todo o lado, que ele é cúmplice de Putin, que é um criminoso e que tem de assumir toda a responsabilidade por isso".