Todas as semanas, o governo de Aleksandar Vučić é alvo de protestos em toda a Sérvia. Manifestantes exigem um Estado de direito. Oposição diz ter provas de relação entre o poder e o crime organizado.
Semana após semana, a capital sérvia é inundada de manifestantes. Desde o início de maio que dezenas de milhares de pessoas saem às ruas de Belgrado para protestar contra o governo e o Presidente Alexandar Vučić e a forma como alegadamente mergulharam o país uma atmosfera de violência e medo, contra a manipulação dos meios de comunicação social, a corrupção.
Os protestos semanais, que são já as maiores manifestações desde a queda de Slobodan Milošević, foram desencadeados por um tiroteio numa escola em Belgrado e, no dia seguinte, por um segundo tiroteio numa aldeia. No total, morreram 18 pessoas.
Mas agora a raiva é dirigida contra o poder. Tara, uma estudante, prepara o seu cartaz de protesto: "Queremos um Estado de direito, e não um país governado por uma só pessoa".
O Presidente Vučić acusa a oposição de instrumentalizar o luto e chama aos manifestantes "abutres" e "hienas". Desde então, os manifestantes saem à rua com crachás de animais.
"Estamos a manifestar-nos por causa da corrupção, da criminalidade e do mau funcionamento das instituições no nosso país", diz um dos manifestantes à Euronews.
As pessoas exigem a demissão do presidente e uma investigação às alegadas ligações entre a política e o crime organizado.
Vučić sugeriu eleições antecipadas, mas a ideia não agrada aos partidos da oposição, porque, de acordo como Srđan Milivojević, deputado pelo Partido Democrático, "desde 2013 que os grupos criminosos aparecem nas urnas. Tentam assustar a população local e subornar os opositores ao Partido Progressista Sérvio".
Milivojević, que reclama que "estas não são condições para a realização de eleições democráticas livres e justas", diz haver "múltiplas provas de que as mais altas autoridades do Estado estão ligadas ao crime organizado".
Por essa razão, defende que "a única solução é um governo de transição técnica que prepare condições justas para a realização de eleições livres".
Mas para que isto aconteça, tem a oposição apela ao apoio de Bruxelas e que "a União Europeia deixe de considerar Vučić como um fator de estabilidade".