Ex-diretora de escola judaica ultra-ortodoxa condenada por crimes sexuais

Malka Leifer no julgamento em Jrusalém em 2018
Malka Leifer no julgamento em Jrusalém em 2018 Direitos de autor Mahmoud Illean/AP
Direitos de autor Mahmoud Illean/AP
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Alívios nos rostos de três jovens australianas, por verem, finalmente condenada, a diretora da escola judaica ultra-ortodoxa, da parte de quem sofreram abusos sexuais.

PUBLICIDADE

Na Austrália, uma ex-diretora de uma escola judaica ultra-ortodoxa foi condenada, esta quinta-feira, a 15 anos de prisão, por agredir sexualmente duas das suas alunas.

Os factos ocorreram entre 2004 e 2007. Malka Leifer era professora de religião.

Após os primeiros rumores sobre o caso, Leifer fugiu para Israel em 2008, e foi extraditada após uma longa batalha judicial, que culminou em 2021.

O tribunal, que a considera culpada de 18 acusações de abuso sexual, incluindo cinco por violação e agressão indecente, destacou a sua falta de remorso ou arrependimento.

Malka Leifer era diretora da Escola Adass Israel, em Melbourne. As vítimas foram três irmãs, mas a acusada já tinha sido absolvida da acusação de agressão sexual contra uma delas.

"Crime insidioso"

O juiz de Melbourne, Mark Gamble, considerou que o seu “crime insidioso” deixou marcas nas duas irmãs para o resto da vida e classificou-a como “criminosa sexual grave” que demonstrou “grosseira indiferença” para com suas vítimas.

Leifer, que é mãe de oito filhos, lutou com unhas e dentes para evitar a extradição ao longo de mais de 70 audiências, até ser, finalmente, entregue à justiça australiana.

À saída do tribunal, as duas irmãs, Dassi Erlich e Elly Sapper, saudaram a decisão do juiz por “derrubar os muros do silêncio” da comunidade ultra-ortodoxa de Melbourne.

“Estamos aqui hoje porque nunca desistimos”, disse Erlich. “Esta luta nunca foi só nossa. Estamos a mostrar que as vozes dos sobreviventes não serão e não podem ser silenciadas, independentemente dos obstáculos”.

De acordo com a acusação, Leifer violou uma estudante em 2006 depois de convidá-la para dormir em sua casa para “aulas de kallah”, uma espécie de aula de etiqueta antes do casamento.

“Isso vai-te ajudar na noite de núpcias”, terá dito à estudante, após uma agressão sexual.

Segundo a acusação, Leifer dizia às estudantes que as estava a preparar para se tornarem esposas.

Segundo o juiz, Mark Gamble, o ambiente fechado da comunidade ultra-ortodoxa e a boa reputação de Leifer na comunidade Addass dificultaram extremamente a manifestação das vítimas.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Escândalo de abusos sexuais na patinagem francesa

Documentário denuncia abusos sexuais de padres polacos

Bispos obrigados a denunciar abusos sexuais