Sérvios bósnios apoiam presidente Dodik com imagens de Putin

Bósnios sérvios mostram cartazes com imagens de Putin para apoiar Dodik
Bósnios sérvios mostram cartazes com imagens de Putin para apoiar Dodik Direitos de autor ELVIS BARUKCIC/AFP or licensors
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De  Francisco Marques
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Milhares de pessoas protestaram contra a acusação dirigida ao Presidente da República Srpska por um incumprimento que lhe pode custar a prisão

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Centenas de bósnios sérvios protestaram esta sexta-feira contra a acusação dirigida ao respetivo líder político, Milorad Dodik.

O protesto foi realizado na fronteira não demarcada que separa a Bósnia-Herzegovina em duas entidades políticas, a República da Srpska (dos bósnios sérvios) e a Federação Bósnia-croata, definida pelos acordos de Dayton, mediados em 1995 pelos Estados Unidos para acabar com o conflito na região e que criou ainda uma terceira parte no país, o chamado distrito Brcko.

O presidente da República Srpska foi acusado pelo Ministério Público Bósnio de não ter cumprido as decisões do alto Representante Internacional na Bósnia-Herzegovina, o que pode resultar num crime punível com seis meses a cinco anos de prisão.

Anunciada a 11 de agosto, a acusação visa também o diretor do jornal oficial da entidade sérvia, Milos Lukic, mas ainda não foi validada pelo Tribunal de Estado.

"Esta é a última linha vermelha para a República Srpska. Vamos proteger a nossa terra e as nossas instituições, porque se elas nos forem retiradas, não existiremos. A República Srpska é sagrada e nós defendê-la-emos", assegurou à France Press Anja Ljubojevic, vice-presidente do parlamento da entidade sérvia, que participou na manifestação desta sexta-feira nos subúrbios de Sarajevo.

O protesto teve como lema "A fronteira existe" e teve eco na região de Tuzla e Doboj (norte), Nevesinje (sudeste) e Sarajevo, reunindo vários milhares de pessoas, de acordo com a imprensa sérvia.

Dodik, que é próximo do Kremlin, defende a separação da Srpska da Bósnia e a integração na Sérvia, o que contraria os acordos de Dayton e, por isso, foi primeiro sancionado pelos Estados Unidos e agora acusado pelas autoridades bósnias.

Este tipo de manifestação na linha de demarcação entre as entidades bósnias, onde não existem controlos formais de passagem, é extremamente raro desde o fim da guerra que, há quase 30 anos, custou a vida a quase 100 mil pessoas.

Outras fontes • AP, AFP

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