Apenas quatro "países amigos" estão autorizados a enviar peritos para encontrar sobreviventes após o terramoto de sexta-feira
As restrições colocadas por Marrocos à ajuda internacional após o sismo que abalou o país na passada madrugada de sexta-feira para sábado está a gerar controvérsia.
Marrocos aceitou a entrada no país de peritos internacionais para encontrar sobreviventes ao terramoto, mas na lista dos contemplados cabem menos de uma mão cheia de "países amigos".
Espanha, Qatar, Reino Unido e Emirados Árabes Unidos são os únicos a poder enviar apoio para as áreas afetadas.
Com as equipas de resgate em contrarrelógio entre os escombros, a decisão de Rabat é particularmente controversa em França, país onde vivem cerca de 1,5 milhões de cidadãos marroquinos ou de origem marroquina e que se encontra excluído da lista de ajuda internacional à catástrofe.
Oficialmente, o governo de Mohammed VI justifica a decisão com a falta de necessidade de mais peritos no terreno. Nos jornais, a exclusão de França é explicada pelas alianças com a Argélia e a relutância de Paris em reconhecer o Saara Ocidental como território marroquino.
Três dias após o terramoto, há zonas montanhosas de difícil acesso às quais as operações de ajuda humanitária e de resgate ainda estão por chegar.
Apesar da polémica, esta segunda-feira o governo francês disponibilizou 5 milhões de euros para organizações não-governamentais a operar em Marrocos.