Tema das migrações estará em destaque na visita do líder da igreja católica à cidade do sul de França
A cidade de Marselha recebe um papa pela primeira vez em cinco séculos: Francisco chega com uma agenda preenchida, preside esta sexta-feira uma oração na Basílica de Notre-Dame-de-la-Garde e no sábado tem prevista uma missa no estádio Vélodrome e um encontro com Emmanuel Macron.
O tema das migrações estará em destaque e o anfitrião alerta para as políticas populistas anti-imigração.
Benoit Payan, Presidente da Câmara Municipal de Marselha, sublinha que "vivemos atualmente numa época em que as pessoas olham para dentro de si próprias. Estamos a viver um romance, um romance sombrio, onde a retirada da identidade é a norma, onde as pessoas se querem fechar, onde têm medo. O Papa está a propor que nos abramos e estendamos a mão aos mais fracos. Propõe um caminho, como outros, quer sejamos crentes ou não, quer sejamos muçulmanos, judeus, ateus ou católicos."
As palavras do Papa a favor do acolhimento dos migrantes por parte dos países europeus contrastam com as de muitos políticos da Europa... o próprio governo francês recusou acolher pessoas da mais recente vaga migratória a atingir Lampedusa.
Um dos pontos altos da visita do Papa vai ser a oração inter-fés, na sexta-feira, junto ao monumento pelos mortos no mar. O Papa vai homenagear as 28 mil pessoas que se estima terem morrido desde 2014 no Mediterrâneo, na tentativa de chegar à Europa.