Bombardeamentos intensificam-se e há relatos de confrontos a tiro e com tanques dentro do território controlado pelo Hamas
O início da operação terrestre foi noticiado pelos media israelitas, que citavam testemunhos palestinianos e o Hamas confirmou "violentos combates" com as forças de Israel.
A incursão teve início no momento em que a Assembleia Geral da ONU votava uma resolução que apela a uma “trégua humanitária” em Gaza, levando à interrupção da guerra Israel-Hamas.
A resolução, aprovada com 120 votos a favor, 14 contra e 45 abstenções, surge no dia em que o Hamas apelou ao mundo a "agir imediatamente" para acabar com os ataques israelitas no território.
Israel classificou de "infâmia", a resolução da Assembleia Geral da ONU. Esta sexta-feira, as Forças de Defesa Israelitas (FDI) tinham acusado o Hamas de estar a utilizar os hospitais como centro das operações militares.
O porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, afirmou: "O Hamas transformou os hospitais em centros de comando e controle e esconderijos para terroristas e comandantes do Hamas. Além disso, posso confirmar que, de acordo com a informação que temos em mãos, há combustível nos hospitais em Gaza. Repito, há combustível nos hospitais de Gaza e o Hamas está a utilizá-lo para a sua infraestrutura terrorista."
O Hamas negou categoricamente as acusações israelitas e acrescentou que nas proximidades do hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza, há 40 mil pessoas e que Israel está a preparar “um novo massacre”.
Segundo o comunicado de imprensa do movimento palestiniano, estas declarações de Telavive pretendem “abrir o caminho para atacar” este hospital onde, segundo o Hamas, 40.000 pessoas deslocadas encontraram refúgio.
Três mil crianças mortas, segundo o Hamas
Desencadeada pelos ataques do Hamas no seu território, a campanha de bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza já matou 7.326 pessoas, incluindo mais de 3.000 crianças, de acordo com o número anunciado esta sexta-feira pelo Ministério da Saúde do Hamas.
As organizações humanitárias alertam diariamente para a situação catastrófica para os cerca de 2,4 milhões de habitantes do pequeno território palestiniano, sujeitos a um bloqueio total desde 9 de outubro.
Apenas alguns comboios humanitários puderam ser transportados desde 21 de outubro, o que é insuficiente, segundo as organizações humanitárias.
Mais de 1.400 pessoas foram mortas do lado israelita desde 7 de outubro, principalmente civis massacrados pelo Hamas nesse dia, segundo os últimos números das autoridades de Israel. Cerca de 230 pessoas terão sido sequestradas pelo Hamas em território israelita.