As agências de ajuda humanitária da ONU reiteraram os apelos a um cessar-fogo humanitário, numa reunião de emergência, para salvar civis palestinianos.
As agências de ajuda humanitária da ONU reiteraram os seus apelos a um cessar-fogo humanitário numa reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
De acordo com a UNICEF mais de 3.500 crianças foram mortas desde o início dos bombardeamentos de Israel, na sequência do ataque do Hamas de 07 de outubro.
O Conselho de Segurança, composto por 15 membros, está a tentar chegar a acordo sobre uma pausa nos combates para apoiar os civis desesperados, e garantia que continuará a concentrar-se nos esforços humanitários.
Centenas de milhares de palestinianos permanecem no norte
Apesar de Israel ter ordenado aos civis palestinianos que abandonassem o norte da Faixa de Gaza, em parte porque Israel também bombardeou alvos nas chamadas zonas seguras, centenas de milhares de pessoas permaneciam ali.
Dados da ONU davam conta de cerca de 117.000 deslocados alojadas em hospitais juntamente com milhares de pacientes e funcionários.
A agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA), adiantava que cerca de 672.000 pessoas estão abrigadas nas suas escolas e outras instalações, que já ultrapassaram, quatro vezes, a sua capacidade.
O diretor da UNRWA acusava Israel de "punição coletiva" dos palestinianos e de forçá-los a partirem do norte de Gaza para o sul, sem que isso signifique, de facto, segurança. Philippe Lazzarini afirmava que a maioria dos palestinianos, em Gaza, "sente-se encurralada numa guerra com a qual não tem nada a ver".
Este responsável das Nações Unidas dizia ainda que 64 membros do pessoal das agências da ONU foram mortos nas últimas três semanas. O último caso é o de um funcionário da Segurança da agência morto com a sua mulher e os oito filhos.
Hospitais e civis sob ameaça constante
Os 10 hospitais que funcionam no norte de Gaza receberam ordens de evacuação, de acordo com o gabinete da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários. Mas os funcionários recusavam-se a partir porque fazê-lo significaria a morte dos doentes que dependem de ventiladores.
As Nações Unidas alertavam ainda para o facto de, até domingo, as forças e os colonos israelitas, que habitam a Cisjordânia (território que faz parte da Palestina mas que está ocupado por colonatos israelitas), mataram 123 palestinianos, entre eles 33 menores, metade durante operações de busca e detenção.