Noruega prepara-se para ser o primeiro país a fazer extração de minério a grandes profundidades, mas ambientalistas denunciam os riscos da destruição de biodiversidade
Um polvo cor-de-rosa para dar visibilidade ao protesto contra a exploração mineira do fundo do mar. Em Paris, ativistas da Greenpeace desafiaram o primeiro-ministro noruegês a desistir do projeto. Jonas Gahr Støre esteve na capital francesa para participar na primeira cimeira dedicada aos pólos e aos glaciares.
A Noruega prepara-se para ser o primeiro país a ter explorações mineiras em águas profundas. Os ambientalistas dizem que a atividade consiste em dragar indiscriminadamente o fundo do mar com tratores subaquáticos, destruindo a biodiversidade.
A ideia é obter de minerais raros, essenciais para a construção de baterias para veículos eléctricos, turbinas eólicas e painéis solares, e com isso diminuir a dependência da União Europeia em relação à China nesta matéria.
A Greenpeace insiste que este tipo de exploração deixará enormes áreas do oceano completamente sem vida.
Um estudo de impacto encomendado pelo governo norueguês diz que o impacto seria de natureza local, limitado à área real a ser extraída. O estudo também afirma que o impacto nas pescas será mínimo.
As empresas dizem que tencionam extrair minerais de fontes hidrotermais inactivas, onde a biodiversidade é menos abundante, mas alguns cientistas dizem recear que a prática possa destruir as espécies mesmo antes de serem descobertas.
A proposta do governo foi criticada por vários grupos ecologistas, como a Greenpeace ou o Fundo para a Proteção da Natureza, mas também pela sua própria agência ambiental, que afirmou que a falta de conhecimento sobre a biologia do mar profundo eram demasiado grandes para decidir sobre a abertura.