Porta-voz do governo israelita admitiu uso de munições incorretas no ataque ao campo de refugiados de Al-Maghazi, que fez dezenas de vítimas mortais, entre as quais mulheres e crianças.
Um ataque aéreo que matou 86 pessoas no campo de refugiados de Al-Maghazi, na Faixa de Gaza, na véspera de Natal, foi um "erro lamentável", admitiu o porta-voz do governo israelita.
Eylon Levy disse que o elevado número de vítimas mortais, entre as quais mulheres e crianças, aconteceu devido a um uso incorreto de munição que não devia ter acontecido. No entanto, o porta-voz israelita escusou-se a pedir desculpas pelas vidas perdidas, explicando que o país não pedirá desculpa pela campanha para levar os terroristas do Hamas à justiça.
Levy confirmou os informações avançadas pela imprensa local, de que as Forças de Defesa de Israel tinham admitido usarem o tipo errado de munição, mas não quis esclarecer quais as munições usadas no ataque ao campo de refugiados.
"Quaisquer mortes de civis são lamentáveis", disse à Sky News, acrescentando porém que é "inevitável" que sejam cometidos erros.
Eylon Levy reiterou ainda que a guerra contra o Hamas vai continuar até à rendição dos militantes e à libertação dos reféns que ainda permanecem na Faixa de Gaza sob cativeiro. Se o Hamas se rendesse, garantiu, a guerra terminaria "amanhã".
Esta sexta-feira, as Forças de Defesa israelitas anunciaram que lançaram pela primeira vez um ataque, desde o início da guerra, a uma base do Hamas no sul da Faixa de Gaza, de onde os militantes terão saído para invadir Israel a 7 de outubro.
Centenas de milhares de palestinianos continuam a chegar à cidade de Rafah, também no sul de Gaza, segundo as Nações Unidas, mesmo que Israel continue a bombardear as zonas densamente povoadas: a ofensiva israelita sem precedentes em Gaza fez deslocar 85% da população, que tem procurado abrigo nas áreas que as Forças de Israel anunciam como seguras mas que continuam a bombardear, matando dezenas de pessoas todos os dias.
A campanha israelita já destruiu grande parte do norte da Faixa de Gaza e, segundo o Hamas, já matou mais de 21 mil palestinianos, fazendo espoletar uma crise humanitária que deixou um quarto da população praticamente sem comida.