Israel não reivindica ataque que matou vice-presidente do Hamas. Nações Unidas preocupadas com tensão crescente na região.
A ONU apelou à "máxima contenção" de todas as partes depois de o Hamas ter confirmado a morte do número dois do grupo militante, Saleh al-Arouri, num ataque em Beirute, no Líbano.
A morte de al-Arouri pode representar uma escalada da guerra contra o Hamas, aumentando o risco de um conflito mais vasto. Israel não reivindicou o ataque que matou o vice-presidente do Hamas.
"Devido às tensões crescentes e à fragilidade da situação na região, pedimos contenção máxima a todas as partes", disse Florencia Soto Nino, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.
Saleh al-Arouri foi a figura mais relevante do Hamas a morrer depois do início do conflito Israel-Hamas a 7 de outubro. Um do fundadores do braço armado do Hamas, era o adjunto do líder político do grupo, Ismail Haniyeh, e dirigia as operações na Cisjordânia.
Falando após a morte de al-Arouri, Haniyeh declarou que o Hamas ficou "mais poderoso e determinado". "Deixaram atrás de si homens fortes que carregarão o estandarte depois deles", sublinhou o líder político do Hamas.
O líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, prometeu retaliar contra qualquer ataque israelita a dirigentes palestinianos no Líbano. O ataque que vitimou al-Arouri e outros dois comandantes do Hamas foi dirigido a um apartamento num bairro xiita de Beirute que é um reduto do Hezbollah, aliado do Hamas.
Segundo a agência de notícias libanesa, o ataque foi perpetrado por um drone israelita. O porta-voz das Forças de Defesa de Israel, o contra-almirante Daniel Hagari, não fez comentários à morte do número dois do Hamas. "Estamos concentrados e continuamos concentrados na luta contra o Hamas", disse apenas, quando questionado sobre o tema.
Após o anúncio da morte de Al-Arouri, as ruas de Ramallah, na Cisjordânia, encheram-se de manifestantes que pediram vingança pelo homicídio do vice-presidente do Hamas.
Israel está a retirar tropas da Faixa de Gaza, alegando que vai prosseguir com operações "direcionadas", mas estará a colocar forças na fronteira com o Líbano.