Pela 29ª vez, celebrou-se o Dia da Memória e do Compromisso para com as vítimas, uma data reconhecida como dia nacional pelo Estado italiano.
Mais de 40 mil pessoas juntaram-se no centro de Roma para lembrar as 1081 pessoas mortas pelas máfias italianas desde 1861 até hoje.
Foi a 29ª vez que se celebrou o Dia da Memória e do Compromisso para com as vítimas inocentes do crime organizado, uma iniciativa de duas associações, a Libera e Avviso Pubblico.
A procissão "Roma cidade livre" partiu da Piazza Esquilino às 9 horas e chegou ao Circus Maximus, onde foram lidos os nomes de todas as 1081 pessoas que morreram às mãos das máfias. A marcha foi conduzida por centenas de familiares de vítimas, a que se juntaram vários grupos e representantes de instituições estatais, sindicatos, escolas, cultura e desporto.
As vítimas incluem cidadãos comuns, juízes, jornalistas, polícias, padres, empresários, sindicalistas, políticos e administradores públicos.
Mario Esposito Ferraioli viu o irmão ser assassinado pela máfia e participou na marcha: "A máfia hoje é mais forte do que antes, já não mata. Hoje, basta-lhe o poder económico e a corrupção. A corrupção é a arma mais afiada", disse.
O presidente da Câmara de Bari, uma das cidades do sul de Itália mais afectadas pelo crime organizado, também participou: "Em Bari, há 14 clãs criminosos. É verdade que a máfia existe em Bari, mas também é verdade que Bari é uma cidade que resiste, que não baixa a cabeça e não vira as costas. Por outro lado, há milhares e milhares de pessoas que fazem o seu trabalho honestamente todos os dias e são muitos, muitos mais do que os poucos criminosos", disse Antonio Decaro.
A data é reconhecida como dia nacional pelo Estado italiano desde 2017.