O líder da Rússia e o seu homólogo chinês comprometeram-se a aprofundar os seus laços, numa altura em que ambos se confrontam cada vez mais com o Ocidente.
O presidente russo, Vladimir Putin, finaliza esta sexta-feira a sua viagem de dois dias à China, que tinha como objetivo aumentar os laços económicos com o país de Xi Jinping.
Devido às sanções ocidentais aplicadas no âmbito da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o volume de negócios entre Moscovo e Pequim aumentou, ultrapassando agora os 20 mil milhões de dólares por ano.
Xi Jinping e Vladimir Putin têm um acordo de longa data para visitarem anualmente os países um do outro, tendo o presidente chinês sido recebido na Rússia no ano passado. Esta sexta-feira, os dois líderes deverão discutir o comérico e o intercâmbio cultural, de acordo com as agências internacionais.
O dirigente russo tem aproveitado as suas declarações públicas para sublinhar a importância da cooperação russo-chinesa no desenvolvimento conjunto de novas tecnologias.
"Baseando-nos nas tradições de amizade e cooperação, podemos olhar para o futuro com confiança", disse Putin em declarações públicas na cidade de Harbin, no nordeste do país, acrescentando que "A parceria russo-chinesa contribui para o crescimento económico dos nossos países, garante a segurança energética, ajuda a desenvolver a produção e a criar novos empregos."
Embora seja improvável que a visita de Putin produza propostas ou anúncios concretos, os líderes russo e chinês revelam estarem a esforçar-se para exibir a sua forte relação com o Ocidente. Os Estados Unidos e outras potências, por outro lado, continuam a sancionar a Rússia devido à guerra na Ucrânia.
Esta semana, Putin agradeceu a Pequim as suas propostas para acabar com a guerra na Ucrânia, enquanto Xi afirmou que espera que a Europa regresse rapidamente à paz e à estabilidade, tendo destacado que vai continuar a desempenhar um papel construtivo neste sentido.
No ano passado, a China apresentou um vasto plano de paz que não convidava a Rússia a abandonar as zonas ocupadas da Ucrânia. O plano foi, no entanto, rejeitado pela Ucrânia e pelo Ocidente.
Embora a noção de resolução pacífica do conflito tenha sido frequentemente mencionada nas discussões de quinta-feira, a Rússia abriu uma nova frente na guerra, lançando ataques na zona fronteiriça do nordeste do país.
A guerra está num ponto crítico para a Ucrânia, que está a tentar reabastecer as suas forças depois de ter enfrentado atrasos na obtenção de armas dos Estados Unidos.
Os líderes europeus têm pressionado a China para pedir à Rússia que ponha fim à sua invasão, mas sem grande sucesso. Um relatório dos serviços secretos norte-americanos alegou que a China está provavelmente a fornecer material às forças russas, incluindo drones e peças para aviões de combate.